Trigo mantém tendência de preços baixos em Chicago

Setor
29/02/2024

As ofertas de trigo da Rússia e Ucrânia novamente pautaram o recuo do cereal na bolsa de Chicago. Nesta quarta-feira (28/2), os contratos que vencem em maio fecharam em queda de 1,63%, negociados a US$ 5,7475 o bushel.

“O sentimento para o mercado de trigo ainda é de queda, principalmente pela produção que vem Mar Negro. A Rússia acumulou estoques recordes de trigo, de 36 milhões de toneladas em janeiro, e precisa escoar todo esse volume. Para fazer isso, ela abaixa o preço ao mercado internacional”, diz Élcio Bento, analista da Safras & Mercado.

Além da Rússia, maior exportador global de trigo, a Ucrânia, o quarto país que mais exporta, também está com vendas aquecidas neste momento. “A Ucrânia tem elevado suas compras, já que seu produto está barato e o país, assim como a Rússia, precisa gerar caixa para cobrir os gastos com a guerra”, afirma Bento.

De acordo com o analista, o excesso de produção nos dois países provocou um movimento de queda atípico em pleno período de entressafra no Hemisfério Norte. A recuperação nos preços futuros só deve acontecer com algum problema de safra nessa região.

“Além de eventuais correções, a alta dos preços pode acontecer se tivermos algum impacto do mercado climático antes do início da colheita no Hemisfério Norte, a partir de maio. Se não houver nada de novo em termos de clima, o sentimento de queda ainda prevalecerá”, afirma.

Milho
O milho segue negociado com preços mais altos na bolsa, e avançou pela terceira sessão seguida. Os lotes com entrega para maio subiram 1,18% hoje, cotados a US$ 4,2850 por bushel.

As cotações ainda são sustentadas por movimentos técnicos, já que as posições vendidas na bolsa ainda estão em um patamar recorde.

Mesmo com a sequência de altas, não há perspectiva de mudança na tendência de baixa para o milho, que deve seguir pressionado pela ampla oferta e demanda menor.

Demanda essa que segue fraca nos EUA, onde os preços têm um peso maior para a bolsa de Chicago. A produção de etanol no país, que tem como principal matéria-prima o milho, caiu na semana encerrada no dia 23, com a oferta de 1,078 milhão de barris por dia, ou 0,55% a menos na comparação com sete dias antes.

Fonte: Globo Rural

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