Trigo lidera alta dos grãos na bolsa de Chicago

Setor
14/09/2023

O dia foi de alta generalizada para os grãos na bolsa de Chicago. O destaque desta quarta-feira (13/9) foi o trigo, que estendeu o movimento de valorização na véspera. Os contratos futuros do cereal avançaram 1,66%, negociados a US$ 5,9725 o bushel.

Ainda pesam sobre os preços os dados da produção mundial, divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Segundo o órgão, a safra global de trigo em 2023/24 deverá totalizar 787,34 milhões de toneladas, 0,76% menos que a projeção do mês anterior.

Além disso, as estimativas para os estoques finais mundiais apontaram para um volume de 258,61 milhões de toneladas, recuo de 2,64%, se comparado com agosto.

O analista Luiz Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, destaca que esse volume de estoque é o menor desde 2015/16, por isso o mercado fez os preços subirem.

Soma-se a esse cenário os desdobramentos da guerra no leste europeu. O vice-primeiro ministro da Ucrânia, Oleksandr Kubrakov, disse hoje que desde que a Rússia se retirou do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro, as remessas de grãos e cereais caíram quase 3 milhões de toneladas por mês.

“Desde 18 de julho, devido aos ataques russos aos portos ucranianos, 105 instalações de infraestrutura portuária foram danificadas e parcialmente destruídas. Como resultado dos ataques aos portos do Danúbio e do bloqueio dos portos marítimos, as exportações de cereais para a Ásia, África e Europa foram reduzidas em quase 3 milhões de toneladas por mês”, escreveu Kubrakov em uma rede social.

Milho

O milho fechou o dia com valorização de 1,21%, com os contratos para dezembro negociados a US$ 4,7650 bushel. Um movimento de correção, após uma queda de quase 2% na véspera, motivou a compra de papéis.

Além da alta “técnica” no pregão, o aumento na produção de etanol nos Estados Unidos colaborou para a valorização do milho. Isso porque, no país, a principal matéria-prima do biocombustível é o cereal.

A produção de etanol americana cresceu 2,6% na semana encerrada em 8 de setembro, para um volume de 1,039 milhão de barris por dia, segundo dados da Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês).

Soja

Os preços da soja subiram também, após a queda na sessão da véspera. Os papéis da oleaginosa para novembro, os mais líquidos, avançaram 0,24%, com a cotação de US$ 13,4975 o bushel.

Os preços ficaram praticamente estáveis diante da falta de notícias para o mercado, após as reduções na produção, estoques e exportações dos Estados Unidos, anunciadas nesta terça, pelo Departamento de Agricultura do país.

A tendência é que as cotações permaneçam no campo negativo, já que o corte na safra americana veio dentro do esperado. Além disso, as previsões otimistas para a colheita na América do Sul em 2023/24 dão uma perspectiva de aumento na oferta no médio prazo.

Fonte: Globo Rural

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