Trigo: exportação no 1ºtri é 20% menor e soma 1,7 milhão de t; importação cai 24%, para 1,16 mi de t

Setor
18/04/2023

O Brasil exportou 20% menos trigo no primeiro trimestre na comparação com igual período do ano passado. Foram 1,741 milhão de toneladas embarcadas de janeiro a março, ante 2,175 milhões de toneladas vendidas ao exterior nos três primeiros meses de 2022, de acordo com dados do Agrostat – sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro, disponibilizados nesta segunda-feira. Apesar de o País ter colhido uma safra recorde de trigo, os números confirmam a tendência esperada pelo mercado de menor ritmo de exportação em meio ao aumento dos embarques de grãos de verão e, consequente, menor disponibilidade nos portos para embarques do cereal, segundo analistas de mercado.

No acumulado do ano, as exportações brasileiras de trigo geraram receita de US$ 568,095 milhões. O valor foi 13% menor que o obtido no ano anterior, de US$ 653,219 milhões gerados no primeiro trimestre de 2022. Já o preço médio do cereal exportado no período foi de US$ 326,24 por tonelada ante US$ 300,30 por tonelada dos três primeiros meses de 2022, alta de 8,64%, o que reflete a valorização externa da commodity.

No acumulado do ano, os três principais destinos do produto brasileiro foram Indonésia (622,204 mil toneladas), Arábia Saudita (198,680 mil toneladas) e Vietnã (151,411 mil toneladas). Esses mercados já eram compradores de trigo brasileiro de qualidade inferior e se tornaram destinos também de cereal de qualidade superior em meio às restrições nas exportações do cereal da região do Mar Negro, após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

As importações do grão recuaram 23,78% no primeiro trimestre ante igual período do ano anterior, saindo de 1,522 milhão de toneladas para 1,160 milhão de toneladas. A queda reflete a produção recorde do cereal em 2022, diminuindo a necessidade de internalização do produto e também a menor safra argentina – de onde vem grande parte do trigo trazido de fora.

O valor desembolsado com as compras do cereal no período caiu 6,9%, para US$ 407,283 milhões em relação aos US$ 437,546 milhões gastos nos três primeiros meses de 2022. O preço médio do trigo importado avançou 22,16%, passando de US$ 287,42 a tonelada no primeiro trimestre de 2022 para US$ 351,10 a tonelada em igual período deste ano – números que refletem a valorização do cereal no mercado externo após a crise no abastecimento mundial do cereal com a guerra no Leste Europeu.

Do volume total importado nos três primeiros meses, 855,233 mil toneladas foram de cereal argentino ante 1,308 milhão de toneladas importadas do país vizinho nos três primeiros meses do ano passado. Na sequência, aparece o cereal uruguaio (186,248 mil toneladas) e o russo (83,641 mil toneladas). O Brasil importa anualmente de 50% a 60% do volume consumido internamente de trigo, de aproximadamente 12 milhões de toneladas.

Março

Em março, moinhos brasileiros compraram 428,393 mil toneladas de cereal no exterior, 17,92% menos que em igual período do ano passado. O valor desembolsado com a importação do produto caiu 7,75%, para US$ 145,369 milhões. O preço médio do cereal importado ficou em US$ 339,34 por tonelada em março. Em ambos os anos, o cereal argentino predominou entre as origens, com 297,500 mil toneladas adquiridas do país no último mês.

No mês, as vendas externas de trigo brasileiro somaram 646,378 mil toneladas, com receita de US$ 212,201 milhões, queda de 16% em volume e de 10,17% em receita ante março do ano anterior. A janela favorável à exportação do trigo nacional vai até março. Portanto, para os próximos meses espera-se redução nas vendas do cereal local ao mercado internacional.

Fonte: Broadcast

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