Trigo dos EUA perde espaço entre compradores e preço desaba em Chicago

Setor
28/11/2023

Os preços do trigo fecharam em forte baixa na bolsa de Chicago com o aumento da oferta mundial reduzindo a competitividade do produto nos Estados Unidos. Os lotes do cereal para março caíram 2,82% na sessão desta segunda-feira (27/11), para US$ 5,61 por bushel.

Na visão de Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, o recuo no trigo hoje surpreendeu, diante da indicação de que fundos estariam reduzindo as apostas na queda dos preços futuros. Ainda assim, o movimento se justifica, segundo ele, já que o trigo americano segue perdendo a preferência dos compradores internacionais.

“Há uma pressão de concorrentes na Europa muito forte. É mais barato hoje comprar trigo da França e da Alemanha do que dos Estados Unidos. O cereal argentino também é mais competitivo neste momento, negociado a US$ 230 por tonelada, enquanto o americano é precificado em US$ 236”, diz Bento.

O saldo das exportações de trigo dos EUA foi outro elemento de baixa na sessão. Os envios caíram 24,5% na semana do dia 23, para 276,5 mil toneladas, de acordo com relatório do Departamento de Agricultura americano (USDA).

“O sentimento segue de ampla oferta em importantes regiões produtoras de trigo. Com grandes fornecedores apresentando preços muito fortes, os EUA não estão conseguindo exportar, o que leva os agentes a testar o rompimento de suportes importantes em Chicago”, destaca o analista.

Milho

Os preços do milho perderam força em Chicago principalmente após o forte recuo do trigo. Os contratos para março de 2024, os mais negociados, fecharam em queda de 1,50%, a US$ 4,7525 por bushel.

As cotações do milho e do trigo têm correlação no mercado já que ambas as commodities são utilizadas como matéria-prima na indústria de nutrição animal.

Além disso, os investidores pautaram suas negociações na ocorrência de chuvas em áreas produtoras do Brasil, e ainda no fraco resultado de exportações dos Estados Unidos.

As vendas externas do país somaram 406,6 mil toneladas no período de sete dias encerrado em 23 de novembro. O volume caiu 32,3% quando comparado com a semana imediatamente anterior, mostraram dados do Departamento de Agricultura americano.

Fonte: Globo Rural

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