O mercado brasileiro de trigo permanece estável em sua dinâmica de comercialização, conforme análise do especialista Elcio Bento, da Safras & Mercado. Os preços competitivos do trigo argentino e a estabilidade cambial são fatores que impedem um significativo aumento nas cotações domésticas.
A paridade de importação continua sendo um referencial crucial para os valores de negociação do trigo brasileiro. Bento destaca que, para competir com o trigo argentino (CIF Curitiba), produtores do Paraná precisariam vender por cerca de R$ 1.240/tonelada, enquanto os gaúchos, para o CIF Grande Porto Alegre, necessitariam negociar em torno de R$ 1.230/tonelada.
O analista ressalta que esses cálculos consideram grãos de qualidade equivalente. Entretanto, é comum que o trigo brasileiro seja transacionado a um valor inferior em relação ao importado. Neste ano, com condições climáticas adversas impactando as lavouras locais, esse desconto pode se tornar ainda mais pronunciado.
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) divulgou dados indicando que o Brasil planeja exportar 715,863 mil toneladas de trigo em fevereiro, comparado a 522,988 mil toneladas no mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2024, as exportações totalizam 1,401 milhão de toneladas, uma queda em relação aos 2,497 milhões de toneladas do ano anterior.
Durante a semana de 11 a 17 de fevereiro, o Brasil embarcou 154,4 mil toneladas, com previsões de 245,611 mil toneladas para esta semana.
Quanto à Argentina, a safra de trigo é estimada em 15,9 milhões de toneladas, com ajustes para cima em relação aos dados de janeiro. O processamento de dados de campo coletados recentemente justifica as correções, sendo que a colheita foi concluída no final de janeiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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