Safra de trigo menor no Brasil sustenta importações e afeta moagem, diz StoneX

Setor
14/12/2023

Com uma safra brasileira de trigo 2023/24 estimada em 8,6 milhões de toneladas, uma queda acentuada ante as projeções iniciais, o Brasil terá que importar maiores volumes do cereal e a moagem nacional também será impactada negativamente, avaliou nesta quarta-feira a StoneX.

A consultoria reduziu a safra em 7,4% em relação ao número de novembro, devido a produtividades menores no Sul, “em meio a chuvas excessivas”, disse o consultor em gerenciamento de riscos do grupo, Jonathan Pinheiro, em nota. Até o mês passado, a projeção era de uma colheita de 9,28 milhões de toneladas.

O ajuste resultará em importações mais volumosas, agora estimadas em 6,3 milhões de toneladas, aumento de 41% em comparação à safra anterior e de 220 mil toneladas frente ao divulgado em novembro.

A consultoria também disse que a safra menor afetará a moagem nacional.

“Entre as principais causas da diminuição do consumo da indústria, encontra-se a margem mais apertada dos moinhos do Sul, quando comparados aos do Sudeste, em especial de São Paulo, onde a colheita registrou maior qualidade e os preços estão próximos às médias de Paraná e Rio Grande do Sul”, disse.

A estimativa de moagem em 23/24 passou de 12,8 milhões de toneladas para 12,44 milhões de toneladas, com uma queda de 0,5% na comparação anual.

Uma maior quantidade de trigo de menor qualidade será destinada para as indústrias de ração e para o mercado externo.

Já as exportações foram ajustadas para baixo em 250 mil toneladas em relação ao relatório anterior, para 1,6 milhão de toneladas, versus 2,66 milhões de toneladas no ciclo anterior.

“O grande desafio da safra atual estará no escoamento do trigo de menor qualidade, evitando que se transforme em estoques, ocupando os armazéns, assim como suprir a demanda de trigo de alta qualidade para consumo doméstico”, disse Pinheiro.

Com a quebra de safra, os valores do trigo pagos aos produtores dispararam quase 30% no último mês diante da menor oferta do cereal de qualidade, mostrando uma radical mudança no mercado, disse a estatal Conab na semana passada.

Fonte: Forbes

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