Os preços do trigo apresentaram uma queda significativa de 5% a 6% nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná, principais referências na produção e comercialização do cereal no Brasil, durante o mês de fevereiro. De acordo com o analista da Safras & Mercado, Elcio Bento, após um início de ano com preços elevados, o mercado brasileiro enfrentou um período desafiador, com a desaceleração da comercialização e a queda nas cotações, que estavam anteriormente alinhadas com a paridade de importação.
A dinâmica de preços foi influenciada pela necessidade dos produtores de liberar espaço nos armazéns para as culturas de verão, levando a uma oferta mais significativa. Ao mesmo tempo, os moinhos, bem abastecidos, aguardavam por oportunidades de negócios. Essa conjuntura resultou na desconexão das cotações da paridade de importação e em uma perda de força, principalmente durante a primeira quinzena do mês.
A Argentina também registrou uma queda de aproximadamente 9,5% nos preços do trigo no mesmo período, contribuindo para a diminuição da paridade de importação. Elcio Bento destaca que a expectativa de recuperação das cotações brasileiras foi prejudicada pelo trigo argentino mais acessível, mesmo sem compras efetivas, sinalizando a possibilidade de aquisição a preços mais baixos no país vizinho.
Quanto às tendências para março, o analista prevê um mercado lateralizado, com os moinhos aproveitando oportunidades e o foco da indústria e produtores voltado para as safras de verão. A logística ocupada no escoamento e a colheita das culturas de verão devem manter o trigo em segundo plano no cenário econômico.
Fonte: Portal do Agronegócio
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