Quais são as perspectivas para os preços do trigo?

Setor
14/03/2023

Março costumava ser o mês de preços mais baixos para o trigo na CBOT antes da guerra, com o início do conflito invertendo esse lógica para 2022. A movimentação atual dos preços em Chicago parece indicar que 2023 será um ano de retorno ao padrão anterior, apesar do potencial de alta gerado pelas negociações do Acordo do Corredor de Grãos.

De acordo com os dados divulgados pela hEDGEpoint Global Markets, Moscou vem retornando à retórica mais agressiva quanto ao Acordo e indicando que pode não renová-lo, afirmando que ucranianos e ocidentais não estão cumprindo sua parte no combinado. É difícil dizer os limites práticos dessas falas, dado que o mesmo tom foi empregado em novembro quando se discutia a primeira renovação, momento que apesar das tensões acabou com Kiev e Moscou apertando as mãos.

Assim, vamos a situação no Mar Negro e outros fundamentos que podem confirmar ou reverter essa tendência de baixa para março.

A situação na Ucrânia

A Rússia e a Ucrânia retornam à mesa de negociação em um ambiente de forte tensão, pressionadas pelo prazo (o Acordo tem que estar renovado até o dia 15 de Março para não expirar) e por eventos recentes, como o suposto ataque ucraniano ao território russo.

Nesse contexto, fica mais difícil imaginar que as principais demandas de Kiev, como extensão do Acordo por mais um ano e inclusão do Porto de Mykolaiv, sejam atendidas.

De fato, antes de avançar nessas pautas Kiev precisaria pelo menos garantir que inspeções dos navios, processo estipulado pelo Acordo, aconteçam em um ritmo razoável.

A situação nos EUA

Conforme o inverno dá lugar à primavera no Hemisfério Norte, o foco dos fazendeiros passa da cobertura de neve para as chuvas (ou a falta destas). Apesar da falta de cobertura de neve suficiente em algumas das principais regiões produturas nas planícies, ainda sim as temperaturas ajudaram, evitando maiores perdas neste período.

Entretanto, um inverno sem maiores danos climáticos não significa que o caminho até a colheita será tranquilo. Conforme o último USDA State Stories a situação no Kansas, o principal estado produtor, é preocupante. A análise é da hEDGEpoint Global Markets.

Fonte: Agrolink

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