Produção de trigo na Rússia mantém preço em baixa na bolsa de Chicago

Setor
12/09/2023

O excesso de oferta no mercado global de trigo seguiu como o principal vetor para a desvalorização da commodity na bolsa de Chicago. Nesta segunda-feira (11/9), os contratos futuros do cereal caíram 1,89%, negociados a US$ 5,8450 o bushel.

Segundo Jonathan Pinheiro, analista de gestão de risco em trigo da StoneX, os agentes do mercado ainda olham para o aumento da produção na Rússia, maior exportador mundial.

“A colheita no país chegou a 71% da área, e os preços seguem entre os mais competitivos do mercado, cotados a US$ 250 por tonelada, abaixo até dos US$ 270 pretendidos pelo governo local. Esses valores têm derrubado as cotações nos últimos dias”, avalia Pinheiro.

Soma-se a esse cenário a demanda fraca pelo trigo dos Estados Unidos. Apesar do crescimento de 27,7% nas exportações semanais do país, com 406,1 mil toneladas no período de sete dias encerrado em 7 de setembro, o volume ainda está muito aquém das 757,8 mil toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado.

“Esses dados podem fazer o USDA [Departamento de Agricultura dos EUA] reduzir em 1,9 milhão de toneladas sua estimativa para as exportações de trigo dos Estados Unidos da temporada 2023/24, corroborando o cenário de baixa procura pelo cereal do país”, acrescentou.

A despeito do recuo nas cotações no pregão desta segunda, o analista espera que os contratos futuros voltem a ser negociados acima dos US$ 6 por bushel até o final deste mês, já que a pressão com a colheita no Hemisfério Norte tende a diminuir a partir de agora.

Milho

Nas negociações do milho da soja, as oscilações nos preços ficaram limitadas, com investidores à espera de dados sobre a safra dos Estados Unidos. Nesta terça (12) o Departamento de Agricultura americano do país divulgará seu relatório de oferta e demanda mundial de grãos.

Em relação aos preços do milho, os lotes para dezembro fecharam em alta de 0,41% em Chicago, cotados a US$ 4,8575 bushel.

O aumento das exportações dos Estados Unidos foi um fator positivo para os preços nesta segunda. As vendas externas do país totalizaram 623,8 mil toneladas na semana encerrada em 7 de setembro, disse o USDA.

O volume escoado cresceu 29,2% em relação à semana anterior, e também é maior que as 474,3 mil toneladas vendidas em igual momento de 2022.

Mas a oscilação nos preços ficou limitada, já que as atenções estão sobre as novas estimativas de produção para a safra americana, que serão divulgadas pelo USDA nesta terça-feira (12).

A aposta média de analistas de mercado é para uma colheita de 380,9 milhões de toneladas, número que, se confirmado, ficaria abaixo dos 383,83 milhões no relatório divulgado no mês passado.

Soja

A soja avançou, mas sem espaço também para grandes oscilações, com agentes de mercado à espera dos novos dados de produção nos Estados Unidos. Os papéis que vencem em novembro, os mais líquidos, fecharam a US$ 13,69 o bushel, alta de 0,44%.

Existe uma expectativa que o USDA promova uma nova redução para as estimativas de colheita nos EUA. A aposta média de analistas é para uma safra no país de 112,6 milhões de toneladas, menor que as 114,45 milhões projetadas pelo órgão no mês passado.

Um contraponto a esse movimento de alta de hoje foram os dados sobre as exportações americanas. Os embarques semanais caíram 23,8% na semana do dia 7 de setembro, para 310,7 mil toneladas, e são menores que as 341,7 mil toneladas negociadas em igual intervalo do ano passado.

Fonte: Globo Rural

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