A demanda do importador de trigo se recuperou após a criação do corredor de exportação da Ucrânia, o que aumentou a confiança na compra de grãos ucranianos e russos abundantes e baratos. A análise é da Consultoria AgResource, que calcula os embarques de trigo dos principais exportadores no período de novembro a dezembro em 31,1 milhões de toneladas, ante 27 no ano anterior e contra 30,7 milhões em 2020.
“No entanto, a análise do ritmo sugere que o número total do mercado mundial de trigo do USDA é muito alto, e o mais importante é que há tendência de uma diminuição sazonal a partir de março, momento em que as colheitas começam. O total de remessas dos exportadores de julho a dezembro é estimado em 91,1 milhões de toneladas, um aumento modesto de 200 mil toneladas ano a ano. No Relatório de Janeiro o USDA projetou que o mercado mundial de trigo em 22/23 aumentaria 4,5 milhões de toneladas (2%)”, apontam os analistas de mercado.
De acordo com ele, essa meta será difícil de alcançar, a menos que a demanda do importador aumente no final do inverno/primavera do Hemisfério Norte, o que seria historicamente raro: “O pico do mercado mundial de trigo já foi. O mercado mundial de trigo em 2022/23 parece estável – o que limita a demanda futura de exportação nos EUA/Europa, devido ao domínio contínuo da Rússia”.
“A determinação do preço daqui para frente será em função do trigo russo/australiano. A AgResource duvida que a guerra russa contra a Ucrânia se espalhe pela Europa – esse é o medo que aumentou os preços futuros de Chicago/Paris recentemente. O tema geral da AgResource em 2023 é a redefinição dos mercados agrícolas globais. Mais de 2 anos de preços altos estimularam a produção e reduziram a demanda. As interrupções no balanço patrimonial dependem do clima adverso do Hemisfério Norte nesta primavera e verão. O mercado de trigo precisa de um driver de oferta de alta com os Bancos Centrais em guerra contra a inflação”, concluem.
Fonte: Agrolink
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