Milho e trigo sobem em meio a impasse em acordo no Mar Negro

Setor
16/03/2023

O dia foi de preços mais altos para o milho e o trigo na bolsa de Chicago em meio ao impasse sobre a renovação do acordo de grãos pelo Mar Negro. Nesta quarta-feira, os contratos do trigo para maio avançaram 0,93%, a US$ 7,0275 por bushel.

O acordo que garante os embarques de grãos ucranianos via Mar Negro é válido até o próximo dia 18. As negociações entre Rússia, Ucrânia, Turquia e Organização das Nações Unidas (ONU) já começaram, porém, não há consenso sobre o tempo de prorrogação do acordo.

Enquanto a Rússia propôs uma extensão por 60 dias, Ucrânia e Turquia defendem, pelo menos, 120 dias.

“Essa incerteza no prazo de renovação deixa o mercado mais volátil, pois uma renovação de 60 dias aumenta a especulação sobre quais serão as novas exigências russas para um novo entendimento sobre o acordo”, afirma Ale Delara, diretor da Pine Agronegócios.

Milho

O milho também fechou o dia com preços em alta. Os contratos com vencimento para maio subiram 0,93%, a US$ 6,2650 por bushel.

Além do impasse que envolve o acordo de grãos do Mar Negro, Ale Delara lembra que a partir deste mês a demanda pelo milho dos EUA deve voltar a crescer no mercado internacional. Em pouco mais de 24 horas, o Departamento de Agricultura americano (USDA) reportou a venda de mais de 1 milhão de toneladas do cereal à China.

“Neste período de entressafra, o Brasil deixa de ser exportador. As vendas devem ser de 800 mil toneladas em março, contra um volume que foi de 5 milhões em janeiro. Com isso, o mercado começa a buscar outros destinos para as compras, como os EUA”, diz.

A forte queda no petróleo também dá sustentação aos preços do milho. A alta do fóssil deixa a gasolina dos EUA mais cara e aumenta a competitividade por etanol, que é feito principalmente de milho.

Soja

A soja fechou o dia em queda. Os papéis para maio recuaram 0,30% em Chicago, a US$ 14,8925 por bushel. Se a demanda pelo milho dos EUA começa a ganhar força, na soja, o movimento é o oposto. Ale Delara, da Pine Agronegócios, diz que o período de colheita no Brasil favorece a demanda pelo grão nacional. “O preço da soja segue em queda nos portos brasileiros. Com isso, ela está US$ 36 a tonelada mais barata em relação ao valor do produto americano”, ressalta.

Fonte: Globo Rural

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