Estudo avalia mudanças climáticas no trigo

Setor
04/10/2022

Um estudo de especialistas do CONICET, com a participação do INTA, confirmou que as noites quentes aumentam o impacto negativo da murcha de fusarium (FET), uma das doenças mais destrutivas dos cereais. As mudanças climáticas são consideradas um dos principais problemas relacionados à produção de alimentos, tanto no curto quanto no médio prazo.

Levando isso em conta, uma equipe de pesquisa liderada por cientistas do CONICET e da Faculdade de Agronomia da Universidade Nacional do Centro da Província de Buenos Aires (UNCPBA), em colaboração com pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), avaliaram o impacto de um aumento de três graus centígrados na temperatura noturna, no desempenho, qualidade e segurança alimentar na produção de cereais. O trabalho foi publicado na revista especializada Agricultural and Forest Meteorology.

Os resultados não foram surpreendentes. As noites quentes foram mais favoráveis ao desenvolvimento de Fusarium Fuse (FET) e aumentaram o impacto negativo na cevada e no trigo. A FET é uma das doenças mais destrutivas dos cereais, cujo principal efeito é a redução dos parâmetros de qualidade do grão e um aumento significativo na concentração de micotoxinas.

“A relevância deste trabalho está no fato de ser um dos primeiros do mundo a ser desenvolvido em condições de campo experimental”, diz Mauro Martínez, primeiro autor do trabalho e pesquisador do CONICET do Instituto de Pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia (INBIOTEC , CONICET-UNMdP).

O pesquisador reconhece que o aspecto mais preocupante dos resultados obtidos é que, “a partir das mudanças climáticas, a presença de micotoxinas aumentaria em até 75%”. O que, segundo Martínez, “põe em risco a segurança alimentar e a qualidade dos produtos obtidos a partir de duas culturas fundamentais, como o trigo e a cevada”.

Fonte: Agrolink

Deixe sua opinião