Indicações de cenário macroeconômico adverso, combinados com demanda retraída e oferta relativamente estável foram determinantes para a desvalorização do trigo na bolsa de Chicago.Os contratos com entrega para março caíram 1,12%, a US$ 6,0025 o bushel.
No campo macro, as indefinições sobre a queda na taxa de juros dos Estados Unidos ainda preocuparam os agentes de mercado, aponta Luiz Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica.
“O trigo caiu principalmente pela situação financeira dos EUA. O fortalecimento do dólar perante outras moedas estrangeiras, torna produtos americanos, como o trigo menos atraentes. Assim, os compradores vão buscar se abastecer em outras regiões, como Rússia e Europa”, destaca.
Nesta segunda-feira, o dólar comercial fechou em alta de 0,71%, cotado a R$ 4,94.
Também foi negativo para as cotações do trigo, o recuo na demanda pelo produto americano. Segundo informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o volume inspecionado para exportação caiu 16% na semana passada, para um total de 315,1 mil toneladas.
“Os embarques caíram ainda mais, vindo de uma semana que já teve resultados muito ruins. Isso precipitou a forte queda do trigo”, ressalta Pacheco.
Por fim, o analista lembra que a notícia de que a Argentina está apta a exportar trigo para a China é mais um elemento de baixa para os contratos em Chicago. Esse cenário tende a enfraquecer ainda mais a procura pela commodity dos EUA.
Milho
O milho seguiu com preços em queda na bolsa americana ainda pautado por uma oferta elevada no curto prazo. Os contratos futuros com vencimento em março caíram 1,34%, cotados a US$ 4,4025 bushel.
Luiz Pacheco diz que os fundos de investimentos estão muito vendidos nos futuros do milho, ou seja, apostando na queda nos preços, já que, segundo ele, há produto sobrando no mundo.
“Os estoques finais [de milho] americanos cresceram 20 milhões de toneladas nesta safra, enquanto a Argentina aumentou na mesma proporção sua oferta. Isso abarrota o mercado de produto, e deixa os compradores tranquilos, já que eles podem negociar por um preço melhor”, afirma.
Assim como aconteceu no trigo, a valorização do dólar também penalizou os valores do trigo americano, acrescenta o analista.
Fonte: Globo Rural
Deixe sua opinião