Produção nacional aumentou mais de 81% nos últimos 10 anos, a partir da adoção de tecnologias, novas práticas de manejo e da atuação junto aos órgãos competentes
Mais do que nunca o trigo está em pauta e em destaque, não só nesse dia 10 de novembro, mas ao longo de todo o ano de 2023. Os bons números da safra nacional e o avanço do cereal para regiões que antes não tinham o cultivo foram destaque nos últimos meses.
Por ser um País de clima predominantemente quente, culturas de inverno tradicionalmente são mais restritas ao Sul do Brasil, onde encontram temperaturas mais amenas para seu desenvolvimento. Porém, essa realidade vem se alterando nos últimos anos para o trigo, que, hoje, se expande para novas fronteiras agrícolas. Isso é um dos fatores que explica a evolução na produção desse cereal.
Há 10 anos, o Brasil produzia 5,3 milhões de toneladas de trigo, segundo levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em 2023, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma safra de 9,6 milhões de toneladas, um volume mais de 81% maior que em 2013.
Esse resultado é fruto de esforços dedicados ao campo, seja nos laboratórios para o desenvolvimento de novas tecnologias e sementes, seja na maior sinergia entre moinhos e produtores, seja no atendimento às demandas do setor realizado pelos órgãos governamentais competentes.
Nos dois últimos casos, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo – Abitrigo é uma importante aliada da cadeia produtiva como um todo, pois trabalha em prol da melhora das condições de negócios do setor, da qualidade do trigo produzido no campo e da farinha processada em ambiente industrial.
“Com os avanços na tecnologia e na genética, o cereal tem ocupado novas regiões brasileiras, principalmente no Cerrado e na Bahia, onde tradicionalmente as culturas de inverno não são produzidas. Isso nos dá otimismo para o futuro, no sentido de que dependeremos cada vez menos de trigo importado. A Abitrigo atua para criar e fortalecer as condições adequadas de negócios, envolvendo armazenagem, transporte, entre outros fatores que influenciam o setor”, explica o Presidente-Executivo da associação, Rubens Barbosa.
Novas áreas produtoras
Com o envolvimento da Biotrigo Genética, Embrapa e de outras empresas de tecnologia, o plantio de trigo vem superando os desafios de manejo e da barreira climática e se consolidando em regiões mais quentes, como os estados do Cerrado brasileiro e a Bahia. Isso cria condição, também, para a instalação de novas unidades moageiras nessas áreas, o que representa mais farinha produzida e uma parcela maior da população brasileira contemplada pelos alimentos a base do cereal.
“Temos ainda muitos desafios pela frente, como as questões relacionadas à cabotagem, armazenamento e logística, que ficam ainda mais em foco com a migração do trigo das regiões produtoras do Sul do Brasil para o Cerrado, temas que precisaram estar nos debates entre os setores públicos e privados, para que sejam analisados e examinados com cuidado e atenção”, afirma Barbosa.
Ele finaliza: “No Dia do Trigo, é preciso reforçar a importância e o nosso compromisso em auxiliar no melhor planejamento dos próximos anos para seguir atendendo, com excelência, as necessidades desse setor em expansão, pois isso será refletido diretamente no mercado consumidor, com produtos de mais qualidade e melhores preços”.
Deixe sua opinião