Conflito no Mar Vermelho abre oportunidade para trigo da América do Sul entrar no radar dos compradores asiáticos

Setor
05/03/2024

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aumentou mais uma vez a oferta global do trigo em 0,8% em relação a janeiro de 2024, totalizando 785,7 milhões de toneladas. O principal fator foi o aumento de 3,3% na oferta argentina, com 15,5 milhões de toneladas.

O consumo global, por sua vez, foi estimado em aumento de 1,1 milhão de toneladas, 0,14% acima do último relatório, somando 797,5 milhões de toneladas. Em resumo, o consumo superou a produção, reduzindo os estoques finais para 259,5 milhões de toneladas, adicionando mais pressão ao balanço global, embora os preços em Chicago não tenham respondido devido ao balanço global mais confortável do milho, que é um produto substituto do trigo.

Com o conflito no Mar Vermelho, houve um aumento generalizado dos custos dos fretes marítimos, abrindo uma oportunidade para o trigo da América do Sul entrar nos radares dos compradores asiáticos, principais compradores impactados pela alta dos fretes.

Tanto a Argentina quanto o Brasil tiveram exportações firmes em janeiro. Nos portos locais, as exportações foram a surpresa do mercado. O mês de janeiro de 2024 foi o melhor mês da história das exportações, acumulando 1,02 milhão de toneladas de trigo – em sua maioria Feed Wheat (trigo ração), alta de 82% frente a janeiro de 2023 e 245% maior do que em dezembro de 2023. Contudo, com preços 17% menores em dólares, sendo que, os principais compradores foram Filipinas, Vietnã e Tailândia.

Do lado das importações, o volume em janeiro foi de 614 mil toneladas, 40% maior do que em janeiro de 2023 e 55% maior do que em dezembro de 2023. O ponto de atenção vai para os importadores, cerca de 90% do volume de janeiro teve origem na Argentina, que atualmente tem o trigo de melhor qualidade e mais barato do mundo, o que pode estimular compras e fazer com que o comprador local tenha que competir com o volume de outros países, encarecendo a paridade de importação local.

Fonte: Presente Rural

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