Conab reduz estimativa de produção nacional devido a problemas com o trigo

Setor
09/11/2023

Em seu segundo levantamento sobre a safra brasileira 2023/24, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu sua estimativa para a produção nacional, devido a um ajuste na cultura de trigo. A previsão agora é de uma colheita de 316,7 milhões de toneladas de grãos e fibras, na comparação com a estimativa de 317,5 milhões no mês passado.

Em relação à última temporada, esse número representa uma queda de 1,5% ou 4,7 milhões de toneladas. Apesar disso, deve ser a segunda maior colheita da história, aponta Edegar Pretto, presidente da Conab.

Esse levantamento leva em consideração que o cultivo das lavouras de verão está praticamente encerrado, com uma manutenção nas áreas de cultivo.

Para as lavouras de inverno, a Conab considera o plantio e a colheita de 2023. Dessa forma, o ajuste do trigo é que causou a estimativa geral menor. A produção do cereal agora é calculada em 9,6 milhões de toneladas, 8,7% menos que o previsto no mês passado e também que o colhido no ano anterior.

O corte é justificado pela Conab pela redução de produtividade no Rio Grande do Sul, que enfrentou fortes chuvas em setembro e outubro. “As chuvas constantes, a manutenção de alta umidade do ar, a baixa insolação e as temperaturas muito oscilantes, não permitiram o adequado tratamento preventivo das doenças da espiga e trouxeram doenças.”

Afora o trigo, porém, a expectativa da autarquia é de uma “potente safra de grãos no país, apesar das questões climáticas provocadas pelo El Niño.”

Ao considerar que as culturas de primeira safra ainda estão em fase de plantio, e as demais culturas iniciam a semeadura a partir de janeiro, em relação à produtividade, a Conab utilizou modelos estatísticos e informações provenientes dos trabalhos realizados em campo para indicar uma média de 4.015 quilos por hectare, 1,9% menos que em 2022/23.

Principais culturas

De acordo com o boletim, a soja deverá atingir uma produção de 162,4 milhões de toneladas, com um crescimento de 2,8% na área a ser semeada, o que consolida o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa. Se confirmada, essa produção será 5,1% maior que na temporada passada.

Quanto ao milho, houve redução de 5% na área total a ser cultivada, calculada em 21,1 milhões de hectares, com produção prevista de 119,1 milhões de toneladas (queda de 9,6% em relação a 2022/23).

Já para o algodão, é esperado um crescimento de 4,2% na área a ser semeada, em um total de 1,73 milhão de hectares, e produção de pluma em 3,04 milhões de toneladas (queda de 4,1% na comparação com 2022/23).

No caso do arroz, há expectativa de crescimento de 5,2% na área que está sendo semeada e produção de 10,8 milhões de toneladas, 7,8% maior que no ciclo passado.

O mesmo vale para o feijão, com crescimento previsto de 3,3% na área total a ser semeada nas três safras da leguminosa, estimada em 2,8 milhões de hectares, e com a produção total no país de 3,1 milhões de toneladas (0,7% de crescimento em relação a 2022/23).

Fonte: Globo Rural

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