China aumenta compras de trigo dos EUA e preço sobe quase 3% em Chicago

Setor
05/12/2023

Em forte alta, as cotações do trigo subiram pela quinta sessão consecutiva na bolsa de Chicago. Nesta segunda-feira (4/12), os contratos para março de 2024 avançaram 2,94%, a US$ 6,2050 por bushel.

Os preços ganharam impulso principalmente após o anúncio da compra chinesa de 440 mil toneladas de trigo dos Estados Unidos. A quantidade chama a atenção, pois durante os dias 23 a 30 de novembro, as inspeções de exportações do cereal dos Estados Unidos somaram apenas 187,9 mil toneladas, segundo o Departamento de Agricultura americano (USDA).

“A China, compradora histórica da Austrália e Ucrânia, está recompondo seus estoques antes de uma disparada ainda maior no trigo”, avalia Luiz Fernando Pacheco, diretor da T&F Consultoria Agroeconômica.

Ainda de acordo com ele, embora haja uma grande oferta de trigo no mundo, a disponibilidade do produto considerado de melhor qualidade é limitada.

“Isso está puxando os valores na bolsa de Chicago já que temos problemas de oferta de trigo de boa qualidade entre os principais produtores, como Rússia, Austrália e Europa”, acrescenta.

Pacheco lembra, também, que as cotações agora entram em um momento de alta sazonal, acompanhando as condições das lavouras de inverno nos EUA, onde o plantio está finalizado.

“Com o vencimento do contrato para dezembro, o clima agora entra no radar dos investidores. Daqui até março eu vejo que será um período muito tenso para o mercado quando falarmos de oscilação climática e seus impactos em Chicago”, completa.

Milho
Dividido entre fatores de oferta e demanda, o milho avançou. Os contratos com vencimento para março subiram 0,15%, para um valor de US$ 4,8550 por bushel.

As exportações de milho dos Estados Unidos tiveram um forte aumento na semana do dia 30 de novembro. O volume de vendas saltou de 408,5 mil toneladas para 1,1 milhão, segundo dados do USDA.

Apesar da valorização, os ajustes de alta para o milho são limitados, já que há uma super oferta da commodity no mundo, conforme Luiz Fernando Pacheco.

“O comprador hoje não precisa ‘correr’ para buscar produto no mercado. Assim, os agentes esperam para ver como será o plantio na safrinha no Brasil. O preço do milho pode subir caso haja confirmação das perdas no Brasil”, pontua.

Fonte: Globo Rural

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