Trigo e culturas de inverno ganham destaque em junho e julho, alerta extensionista da Copérdia

Setor
27/06/2025

Dentro da chamada “janela de plantio” de junho e julho, concentra-se a maior parte da semeadura das culturas de inverno no Oeste catarinense, com destaque para o trigo, cevada e centeio. É o que explica o extensionista rural da Copérdia, Jean Antonietti, em entrevista à Rádio Rural.

“Podemos dizer que 95% a 99% da semeadura do trigo ocorre nesse período, com algumas pequenas variações para antes ou depois desses meses”, detalha Jean. Além do trigo, são plantadas também as outras culturas de inverno, bem como realizadas as coberturas verdes que, em geral, são feitas após o término das safras de verão, normalmente em maio, para aproveitar as condições do solo e o clima.

O extensionista ressalta que as condições climáticas deste inverno têm ajudado os produtores. “Esse frio que estamos vendo agora é importante para o manejo biológico das pragas e doenças, sobretudo pelas geadas, que fazem o controle cultural das plantas hospedeiras”, explica.

Segundo ele, muitas pragas se reproduzem em plantas específicas, como a cigarinha no milho, que depende dessas plantas hospedeiras para se proliferar. A geada ajuda a eliminar esses restos de cultura — chamados de plantas tigueras —, reduzindo a infestação para a próxima safra. “É um controle natural e muito importante para a saúde das lavouras”, complementa.

Jean também destaca a importância do manejo correto na hora da semeadura, especialmente em relação ao tempo e às condições ambientais. “Não adianta fazer a semeadura exatamente na janela e depois ter que replantar porque a planta não se desenvolveu. É preferível atrasar dois ou três dias e plantar em condição adequada do que fazer na pressa e ter problemas”, orienta.

Sobre a fase crítica das culturas de inverno, ele explica que o período de enchimento do grão — chamado de emborachamento — é quando as plantas são mais vulneráveis às geadas, ocorrendo geralmente entre 60 e 70 dias após o plantio. “Por isso a importância de respeitar essa janela para que, no período crítico, as geadas já tenham passado”, esclarece.

Já para as plantas utilizadas como cobertura de solo, o produtor pode antecipar a semeadura, pois o objetivo é o volume de massa verde e não a produção de grãos, que pode ser afetada pelas geadas. Jean Antonietti destaca ainda a importância do vazio sanitário e do controle químico quando não há a presença natural das geadas, para manter as lavouras livres de doenças, como a ferrugem asiática da soja.

“Ainda que a geada não ocorra em todos os locais e propriedades, esse controle natural ajuda a baixar a infestação de pragas de forma geral, inclusive em áreas próximas, como margens de estradas”, finaliza.

A entrevista com o extensionista reafirma a importância do manejo técnico e ambiental cuidadoso para garantir uma safra de inverno saudável e produtiva na região, assegurando o desenvolvimento sustentável da agricultura local.

Fonte: Rádio Rural

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