A produção brasileira de grãos deverá chegar a 298,6 milhões de toneladas na safra 2023/24, um recuo de 6,6% ou 21,2 milhões de toneladas se comparada ao volume do ciclo anterior (2022/23).
Os dados são do 11º Levantamento da Safra de Grãos divulgado nesta terça-feira (13/8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A previsão de agosto mostra uma variação negativa de 0,2%, ou 0,7 milhão de toneladas, em relação à pesquisa do mês anterior. Segundo a Conab, tal decréscimo se deve ao avanço e/ou encerramento das operações de colheita das principais culturas.
O diretor-presidente do órgão, Edegar Pretto, participou da publicação dos dados e asseguro que, mesmo com a perda de produtividade causada principalmente pelo déficit hídrico no Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul, essa ainda é a segunda melhor safra de grãos do Brasil desde 2016/17.
A colheita do milho segunda safra, que no momento atual é a principal do país, está em fase final dos trabalhos de campo, com cerca de 95% do cereal colhido. No entanto, a produção estimada é de 90,28 milhões de toneladas, uma queda de 11,8% em relação à safrinha do ciclo 2022/23.
De acordo com a entidade, as produtividades alcançadas neste ciclo do milho “variaram de acordo com o pacote técnico utilizado e, principalmente, da época de plantio da cultura”. A produção total de milho esperada para o ciclo 2023/24 é de cerca de 115,65 milhões toneladas, cerca de 12,3% inferior à temporada passada.
Soja
Para a soja, o levantamento indica uma produção total de 147.381,8 mil toneladas, 4,7% inferior ao obtido na safra 2022/23, a maior já colhida no Brasil. A área semeada com a oleaginosa foi estimada em 46.029,8 mil hectares e uma produtividade média estimada em 3.202 kg/ha.
Arroz
A produção de arroz da safra 2023/24 deve subir 5,6%, para 10,59 milhões de toneladas em comparação à temporada anterior. Há perspectiva de aumento da área plantada, que deve chegar a 1,65 milhões de hectares, alta de 8,6% no mesmo comparativo de ciclo (2022/23).
Apesar das chuvas que afetaram o maior produtor de arroz do país, o Rio Grande do Sul, em abril e maio, a maior parte do cereal já havia sido colhido e não houve impacto negativo para as estimativas.
Feijão
Para o feijão, a Conab prevê alta de produção de 7,3%, para 3,36 milhões de toneladas. Minas Gerais, o maior produtor de feijão do país, sofreu com as secas e altas temperaturas, o que prejudiou a produtividade, porém não reduziu a projeção da Conab, conforme explicou o gerente de acompanhamento de safras da Companhia, Fabiano Vasconcelos.
A área plantada deve atingir 2,36 milhões de hectares, 5,8% a mais do que o ciclo de 2022/23.
A terceira safra da leguminosa está estimada em 812,5 mil toneladas, com as lavouras, de modo geral, nos estágios de desenvolvimento à maturação, e em Goiás, em fase inicial de colheita.
Algodão
Outra importante cultura de segunda safra é o algodão. Mas, para a fibra, a Conab prevê aumento tanto na área como no desempenho médio das lavouras, influenciado pelas condições climáticas que favoreceram o desenvolvimento da cultura.
A previsão é de um novo recorde da produção, estimada em 2023/24 para atingir 3,64 milhões de toneladas de algodão em pluma. O aumento de é 14,8% versus a temporada anterior.
Mato Grosso e Bahia lideram o cultivo de algodão no Brasil, que já substitui o milho em algumas áreas devido ao preço do cereal em queda e a rentabilidade da pluma.
Culturas de inverno
A semeadura do trigo nos Estados do Sul, maiores produtores do país com 85% da área cultivada, está quase concluída, restando áreas em Santa Catarina para serem plantadas.
De acordo com a Conab, no Rio Grande do Sul, após o atraso inicial da semeadura em razão do excesso de chuvas, o plantio foi finalizado e a expectativa é de uma redução de 11,6% na área destinada ao cereal, para 3,07 milhões de hectares.
Exportações
Em relação ao mercado, neste mapeamento, a Conab manteve estáveis as projeções do quadro de suprimentos da safra 2023/2024 para os principais produtos analisados, com exceção do milho. A Companhia aumentou em 2,5 milhões de toneladas a estimativa de exportação desse produto. “Este incremento ocorre em meio a recente desvalorização da moeda brasileira, a qual tem refletido em um aquecimento no fluxo das vendas ao mercado externo do cereal”, diz o boletim.
A Companhia prevê, ainda, que a questão cambial pode afetar os embarques de arroz para outros destinos fora do Brasil, o que pode prejudicar o ganho de margem do produtor.
Hoje, a projeção de embarques do cereal é de 1,3 milhão de toneladas. No último mês, o volume embarcado do grão chegou a 175 mil toneladas, enquanto que em junho as exportações chegaram a 62 mil toneladas.
Fonte: Globo Rural
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