Novo e animador estudo sobre grãos refinados

Saudabilidade
27/08/2019

Embora já tenham se dissipado algumas das nuvens que pairavam sobre a indústria alimentícia durante a moda das dietas de baixo consumo de carboidratos, a percepção a respeito do valor nutricional dos cereais continua um tanto obscura. Durante a última década, a publicação de livros como “Barriga de trigo” e “A dieta da mente – A surpreendente verdade sobre o glúten e os carboidratos” alimentou um sentimento negativo em relação aos alimentos à base de trigo e grãos – sobretudo os refinados.

Por isso, é animador ver uma nova pesquisa publicada em “Advances in Nutrition”, revista médica revisada por membros da Sociedade Americana de Nutrição. O artigo afirma não existir provas de que a ingestão de grãos esteja ligada ao aparecimento de doenças crônicas. O estudo – intitulado “Perspectiva: Grãos refinados e saúde: risco genuíno ou culpa por associação?” – concluiu que as recomendações alimentares do Comitê Consultivo de Diretrizes Dietéticas dos Estados Unidos em 2015 para reduzir pela metade o consumo de grãos estão equivocadas, pois as pesquisas nas quais seus propositores se embasaram levam em consideração apenas padrões alimentares, e não grupos alimentares separados.

Os autores do estudo, entre eles Glenn Gaesser, diretora do Centro de Pesquisa de Estilos de Vida Saudáveis ??da Universidade Estadual do Arizona, e a nutricionista Sylvia Klinger, disseram que a causa da reputação negativa dos grãos refinados é a sua inclusão em um padrão alimentar que contém alimentos que, esses sim, são os verdadeiros responsáveis pelo aumento do risco de doenças crônicas como doença arterial coronariana, diabetes tipo 2 e hipertensão. Esse padrão alimentar, observado principalmente nas dietas ocidentais, inclui carnes vermelhas e processadas, alimentos e bebidas com alto teor de açúcar, batata frita, laticínios com alto teor de gordura e grãos refinados. “Quando esse padrão alimentar é estudado como um todo, perde-se de vista os benefícios de produtos que podem ser saudáveis ??quando estudados isoladamente”, concluíram os autores.

Gaesser foi responsável pela revisão da pesquisa, que estudou uma ampla gama de produtos de grãos enriquecidos – incluindo pão, cereais, massas, pizza, biscoitos, bolos e sobremesas feitos com grãos – separadamente, e não enquanto parte do padrão alimentar ocidental. Depois de revisar 11 meta-análises de estudos prospectivos, descobriu-se que a ingestão de grãos não está associada às doenças. “A mensagem ‘faça da metade dos grãos o todo’ “dominou”, disse Gaesser. “Com isso, as vantagens de grãos enriquecidos foram perdidas. A eliminação de produtos que contêm resultará em déficit de nutrientes. Alimentos desse gênero ajudam a aliviar os déficits nutricionais, fornecendo vitaminas do complexo B, ácido fólico, tiamina, niacina, riboflavina e ferro mineral”.

O estudo não sugere que os indivíduos passem devorar rosquinhas, bolos e pizzas após as refeições, sem consequências negativas. Mas diz que uma dieta saudável pode incluir até seis ou sete porções por dia de grãos refinados por dia, sem aumentar o risco de doenças. Embora ainda exista mais pesquisas a serem feita sobre grãos, foi animador ler, para variar, um estudo em que os grãos enriquecidos não são difamados.

Fonte: World Grain

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