A programação do 32º Congresso Internacional da Indústria do Trigo teve início nesta segunda-feira, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), com a realização do workshop promovido pela Mühlenchemie – Grupo Stern, que discutiu o papel estratégico da inteligência artificial (IA) no setor moageiro. Realizado no Windsor Barra Hotel, o encontro integra o calendário global da triticultura, com atividades programadas até o dia 22 de outubro.
Com o tema “A Farinha Inteligente: Um Roteiro Estratégico para Explorar o Potencial da IA na Indústria Moageira”, o workshop foi conduzido pelo country manager da Mühlenchemie e DeutscheBack no Brasil, Ricardo Martins, que abordou as profundas transformações que vêm moldando o futuro da cadeia tritícola. O especialista, ao utilizar informações internas da empresa, apresentou um panorama sobre as exigências do mercado atual e os caminhos possíveis para agregar valor aos produtos, com o suporte de tecnologias avançadas.
Durante a apresentação, foram explorados os cinco pilares que definem a nova era da competitividade no setor: rastreabilidade, governança socioambiental, consistência de qualidade, eficiência operacional e inovação com personalização. “Cada um desses eixos faz parte de uma estrutura integrada que responde às demandas crescentes por segurança, transparência, sustentabilidade e diferenciação nos mercados nacional e internacional”, afirmou.
Neste cenário, a inteligência artificial foi apresentada como ferramenta central para viabilizar essa transformação. No entanto, o country manager alertou para os riscos de abordagens equivocadas. “É fundamental evitar armadilhas comuns como implementar a IA sem conexão clara com a estratégia da empresa ou tratá-la apenas como uma solução tecnológica isolada. A transformação digital é um processo multidisciplinar e precisa de liderança, propósito e visão de longo prazo”, destacou.
Entre os erros frequentemente observados, Martins apontou a delegação exclusiva da responsabilidade para o setor de TI, a ausência de engajamento da alta gestão e a tentativa de expansão sem pilotos prévios.
Ao ilustrar uma jornada eficaz, o palestrante apresentou um roteiro dividido em cinco fases: alicerce humano, excelência em dados, pilotos de impacto, expansão com integração e inovação orientada à criação de valor.
Para reforçar a proximidade dos participantes com o tema, também foi apresentada uma proposta prática para uso da IA na rotina das indústrias de moagem. A sugestão envolveu o desenvolvimento de um modelo inteligente para avaliação e sugestão de mesclas de trigo, com base nas necessidades de padronização e qualidade da farinha. Segundo o especialista, esse sistema preditivo pode reduzir significativamente o retrabalho, minimizar desperdícios e trazer resultados mensuráveis em curto prazo.
“A produção de farinha com suporte de IA deixa de ser um desafio e passa a ser uma oportunidade real de inovação, especialmente diante de mercados voláteis e exigentes”, afirmou.
A iniciativa reforça o compromisso do Congresso com a disseminação de conhecimento e com a promoção de soluções concretas para o crescimento sustentável da triticultura. Ao longo dos próximos dias, o evento seguirá reunindo lideranças, técnicos e especialistas para debater temas-chave da indústria, ampliando o diálogo entre inovação, sustentabilidade e competitividade no setor do trigo.
O Congresso Internacional da Indústria do Trigo segue até quarta-feira, 22/10, com uma programação direcionada a debater as oportunidades e desafios da cadeia do grão no Brasil. Mais informações https://congressoabitrigo.com.br/.
Deixe sua opinião