O papel da inteligência artificial (IA) e da automação no avanço da indústria do trigo foi o foco do segundo painel do 32º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, realizado nesta terça-feira (21), no Rio de Janeiro. Com o tema “Do dado ao valor: IA e automação inovando a Indústria do Trigo”, o debate foi moderado pelo vice-presidente de Varejo e Indústria da Rock Encantech, Fernando Gibotti, e reuniu o gerente de vendas da Haver & Boecker Latinoamericana, Edson Palorca, e a product and strategy advisor na Inovação Ninja, Érica Briones.
Fernando Gibotti abriu o painel contextualizando as grandes mudanças nos padrões de consumo, que impactam diretamente as decisões do varejo e da indústria, como o envelhecimento populacional, a redução no tamanho das famílias, o aumento do número de pets e o surgimento de novas demandas sociais. Para ele, o caminho está em entender o comportamento do consumidor com base em dados e IA, como forma de gerar previsibilidade e eficiência comercial.
“O novo mercado é movido por conhecimento pleno e estratégico. Dados, quando bem utilizados, ampliam margens, otimizam vendas e fortalecem o relacionamento com o cliente de maneira assertiva”, afirmou.
Edson Palorca apresentou a perspectiva prática da aplicação da inteligência artificial dentro da indústria 4.0, com foco nos processos de automação já implementados no setor moageiro. O profissional explicou como a IA tem permitido tornar as plantas fabris mais flexíveis e eficientes, contribuindo para redução de perdas e melhoria de desempenho operacional. “Hoje já vemos sistemas de carregamento a granel automatizados, aplicação precisa de sacos em ensacadeiras e o uso de sensores para garantir a selagem correta das embalagens. Tudo isso representa ganhos concretos para a indústria”, destacou.
Já Érica Briones aprofundou a discussão sobre o real papel da ferramenta nos negócios, alertando que a tecnologia, embora amplamente discutida, precisa ser compreendida além do modismo. Ela apontou que o seu uso estratégico pode aumentar a competitividade ao atuar em áreas como automação de vendas, otimização logística e precificação.
“A inteligência artificial é hype, bolha e realidade ao mesmo tempo. Mas, acima de tudo, é uma ferramenta poderosa para ampliar a inteligência humana e criar diferenciais de mercado. A transformação começa nos dados que já temos e nos processos que já estão prontos para evoluir”, explicou.
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