Congresso do Trigo: farinha do futuro leva em consideração mudanças de comportamento do consumidor

Abitrigo
22/10/2025

Ao iniciar a programação do último dia do 32º Congresso Internacional do Trigo, no Rio de Janeiro, ficou a cargo do conselheiro da Abitrigo, Rogério Tondo, moderar o terceiro painel do evento, que abordou o tema “A farinha de trigo no novo mercado de panificação”. A iniciativa contou com a participação do vice-presidente de operações da Uptown Bakeries/Red Brick Colsulting – EUA, Didier Rosada e do fundador da Bioalimentos Consultores Associados, Pery Carvalho.

Em sua palestra, Didier apresentou um panorama das tendências globais da panificação, destacando que o setor atravessa um processo de transformação profunda. Os hábitos de consumo têm mudado rapidamente, enquanto os consumidores passam a buscar produtos mais saudáveis, sustentáveis, personalizados e que proporcionem experiências sensoriais.

“Diante desse cenário, a indústria moageira assume um papel essencial: não apenas como fornecedora de matéria-prima, mas também como agente de inovação para se adaptar a essas novas exigências”, ressaltou. Entre as principais tendências para os próximos anos, ele apontou os pães funcionais, os elaborados com métodos tradicionais de panificação, os snacks com fusão de sabores internacionais, a sustentabilidade e as padarias com tecnologia avançada.

Para viabilizar essas transformações, Didier indicou que os moinhos precisam evoluir, atuando como parceiros estratégicos de padeiros, fabricantes e marcas. Também será necessário repensar processos, investir em tecnologia, implementar rastreabilidade digital, garantir estabilidade nas formulações, diversificar portfólios, adotar uma postura mais inovadora, sustentável e colaborativa, reduzir desperdícios, utilizar embalagens ecológicas, estreitar a relação com padeiros e consumidores, além de oferecer suporte em inovação e promover capacitação técnica.

Pery Carvalho, ao também analisar o mercado consumidor contemporâneo e as expectativas para o futuro, baseou sua leitura em um modelo chamado de “Dois Ds”. Em decorrência da busca contínua por frescor e qualidade, o perfil atual de consumo se caracteriza pela diversidade, sustentada por um sortimento amplo de produtos, e pela sua disponibilidade, explicou.

De acordo com o profissional, o novo cenário de consumo, impulsionado pela urbanização crescente, exigirá maior variedade, qualidade e frescor nos itens adquiridos. Nesse contexto, a indústria de congelados poderá atender a essa demanda.

“As ferinhas do futuro tenderão a ser, cada vez mais, tipificadas e customizadas para atender às indústrias artesanais e automatizadas, sejam elas tradicionais e/ou especializadas em congelados”, alertou.

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