Congresso do Trigo: competitividade no setor exige gestão eficiente, sustentabilidade e inovação

Abitrigo
21/10/2025

A competitividade no setor do trigo passa por uma transformação que exige mais eficiência na gestão, uso estratégico da tecnologia e compromisso com a sustentabilidade. Essa foi a principal reflexão do primeiro painel do 32º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, realizado nesta terça-feira (21), no Rio de Janeiro. Com o tema “A Competitividade do Negócio Trigo”, o debate foi moderado pelo conselheiro da Abitrigo, Marcelo Vosnika, e reuniu o CEO da J.Macêdo, Irineu Pedrollo, o vice-presidente da Falconi Consultores, André Paranhos, e o head de procurement Brasil na Kellanova, Glauco Ferreira.

Abrindo o painel, Vosnika apresentou um panorama nacional da indústria moageira, composta por cerca de 150 moinhos, com maior concentração no Paraná e no Rio Grande do Sul. Com faturamento direto de R$ 26 bilhões ao ano e aproximadamente 30 mil empregos diretos, o setor ainda movimenta uma extensa cadeia de serviços, insumos e logística. Entre os desafios atuais, destacou a reforma tributária, as novas fronteiras de produção do trigo e a incorporação de tecnologias nos processos industriais e de gestão.

Ao abordar o papel da gestão na competitividade, o vice-presidente da Falconi Consultores, André Paranhos, analisou dados de uma pesquisa com mais de cem empresas clientes, revelando que as prioridades de investimento para os próximos meses incluem tecnologia, desenvolvimento de pessoas, gestão financeira e sustentabilidade. De acordo com ele, a evolução da maturidade em gestão passa por práticas como o uso de inteligência artificial, big data, automação e governança de dados. “Gestão, em essência, é resolver problemas e atingir metas. Para isso, é preciso alinhar cultura organizacional, estratégia comercial e preparação das lideranças”, ressaltou.

O CEO da J.Macêdo, Irineu Pedrollo, posicionou-se frente os desafios gerenciais enfrentados pela indústria moageira, especialmente em relação à precificação e à rentabilidade. Para ele, a competitividade depende de uma filosofia de gestão clara, baseada na eficiência operacional e na consistência estratégica. “Nossa política comercial é a principal alavanca de resultados. Os ganhos precisam garantir remuneração segura, viabilizar investimentos em modernização e recompor o caixa. Embora desafiadora, a área de vendas é a mais estratégica para sustentar o crescimento da empresa”, frisou.

Fechando o painel, o head de procurement Brasil na Kellanova, Glauco Ferreira, trouxe a perspectiva da sustentabilidade como diferencial competitivo. Com base em um estudo pioneiro, realizado em parceria com a Embrapa e a Moageira Irati, ele apresentou dados sobre a pegada de carbono do trigo brasileiro, já abaixo da média global. “Estamos falando de uma oportunidade real de posicionar o Brasil como referência mundial em produção agrícola de baixo impacto. Ciência, colaboração e propósito são as chaves para construirmos uma cadeia mais sustentável e valorizada no mercado global”, destacou.

 

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