O trigo é, sem dúvida, um dos cereais mais importantes para a alimentação dos brasileiros. Trata-se um componente básico na mesa, presente no pãozinho do café da manhã e em tantos itens que tornam o grão, fundamental na nossa dieta. Mas até chegar ao consumidor, há um caminho a ser percorrido. Para entender melhor o assunto, uma visita à propriedade do associado gaúcho, Rogerio Piran, em Vila Progresso, distrito de Três Palmeiras.
O gerente da filial no município, Alandiego Betu, avalia que o trigo amplia sua importância na região do Noroeste do Rio Grande do Sul e se destaca pela qualidade diferenciada. Os produtores estão cada vez mais preparados com tecnologias e informações, as quais contribuem para melhorias efetivas na cultura e a valorização do mercado nacional.
Com esse cenário, a expectativa para a safra é positiva. “Muitos produtores vivenciaram uma frustração na colheita da soja, pela falta de chuva. Agora também é o momento de fazer um fluxo de caixa e, ainda, preparar a nova safra”, comenta Alandiego ao enaltecer a participação da família Piran. “Estão conosco desde a chegada da Alfa no município, sempre muito cooperativistas. O Matheus e a filha Carolina já sinalizam que pretendem seguir a vocação do pai na agricultura e investir na propriedade. Trata-se de uma família com muita visão. São formadores de opinião na comunidade local”.
Práticas de manejo
Um ponto que tradicionalmente ganha destaque nos conteúdos relacionados ao cultivo de grãos, são as boas práticas, entre as quais, o cuidado do solo, a base de cultivo.
O técnico agrícola, Pablo Ribas, atende a família e reforça que o primeiro passo é conhecer o histórico da área a ser implementada a cultura. “Com base nisso, é possível criar um programa para controle de plantas daninhas, adequar a cultivar conforme o ambiente e aderir a um programa de fertilidade para melhorar a relação de nutrientes do solo. Aqui, como não foi implantada a cultura do trigo ainda, em virtude do zoneamento agrícola, implantamos a cultura do mix, composto por aveia e nabo, visando a ciclagem de nutrientes e o fornecimento do nitrogênio para o trigo”, explica.
O inverno é o momento de realizar as devidas correções de adubação e correção, afinal, é a fase em que é projetado o ciclo para a cultura do verão: soja ou milho. “A estação está se desenhando, com base nos dados meteorológicos, como fria e seca, o que favorece o cultivo do trigo”, pontua Pablo ao acrescentar que o cenário é bom, porém, a região enfrentou momentos desafiadores no ano passado, com bastante nebulosidade, chuvas excessivas, mas a perspectiva para esse ano é que seja uma safra melhor. “O produtor vai investir e espera colher um pouco mais”, frisa.
Vale lembrar que o clima pode determinar diretamente as práticas que serão adotadas no decorrer da cultura. “Se for mais seco, favorece o aparecimento do oídio, pulgões, percevejo. Caso contrário, o produtor pode observar o aparecimento de bacteriose, manchas foliares, algumas doenças de difícil controle na fase vegetativa. No período reprodutivo, há chances de identificar giberela e brusone. Os danos podem ser minimizados, conforme a cultivar que vai ser implantada e a época de semeadura”.
Um clima seco também favorece a colheita. É possível colher um produto com mais qualidade, que o associado também consiga mais valorização na cooperativa e, por consequência, estimule os investimentos na cultura.
Qualidade e eficiência
De acordo com o engenheiro agrônomo Leandro Kummer, é importante resgatar que, muito além do tradicional pão, o olhar para o trigo pode ser expandido, a exemplo do que a Alfa já desenvolve: projetos voltados para confeitaria, principalmente na região de Santa Catarina, e trigo para nutrição infantil. “Isso tudo amplia nossa preocupação com os produtos utilizados no cultivo. Contudo, independentemente da finalidade, é preciso seguir cuidados específicos e usar produtos que realmente são indicados para a cultura. Não é à toa que a Alfa é referência em assistência técnica, e empresas mantém a confiança nessa questão de qualidade”.
Os associados, por sua vez, acreditam nessa troca mútua, com todas as vantagens que a cooperativa pode oferecer. “O produtor quer ampliar sua produção e está disposto a investir, como é o caso da família Piran que está fazendo um mix de cobertura pré-plantio, com variedades novas e cada vez mais potencial produtivo. Acreditamos que esse é o caminho”.
Empresa Rural Familiar
Rogério atua na propriedade ao lado dos filhos Mateus e Caroline. De trigo, a área que será cultivada neste ano contempla 50 hectares. “O cereal é direcionado à alimentação humana, auxilia no fluxo de caixa e propicia a rotação, sendo que a rentabilidade na próxima cultura, no caso a soja, pode render em torno de 10 sacos a mais por hectare. O trigo auxilia, ainda, no controle de plantas daninhas e buva”, comenta.
Sobre a relação com a Alfa, o associado é direto: “É muito positiva, desde a entrega, classificação, preço e todas as negociações. Ao mesmo tempo, a assistência técnica, é essencial. A equipe nos ajuda muito, orienta, esclarece, e com certeza sentimo-nos mais seguros. Precisa haver essa atenção, proximidade com os associados”.
A filha Caroline assinala que a família aproveitou a campanha Galpão Cheio para fazer um investimento apontado de médio a alto, com a perspectiva de colher, em média, 70 sacas por hectare. Sobre trabalhar com o pai e o irmão, ela afirma que é muito interessante. “É o processo de sucessão que também tem seus desafios, mas é muito importante. Conseguimos aliar a teoria à prática, tanto com nossos conhecimentos obtidos na faculdade, como também unir à experiência de longa data do pai”.
Mateus relata que as cultivares de boa qualidade oferecidas pela Alfa, apresentam um potencial produtivo muito alto. Mesmo assim, nessa fase é necessário observar o controle de plantas daninhas, e fazer a pré-dessecação. “Também é essencial ter atenção com o manejo fitossanitário, o qual tem que ser muito bem feito. Com o controle desses dois aspectos, e o acompanhamento, tanto por parte da equipe da Alfa quanto nosso, enquanto família, mais da metade da safra de trigo já tem bom desempenho e sucesso nos resultados”, declara ao completar: “A cooperativa facilita o acesso às informações e ao conhecimento para que sejamos ainda mais assertivos na atividade e possamos registrar indicadores favoráveis de produtividade”.
Fonte: Jornal Bom dia
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