Brasil pode perder área de trigo: E AGORA?

Setor
06/09/2022

O Brasil dobrou a produção de trigo em três anos, de acordo com o que informa a TF agroeconômica. No entanto, não soube negociá-la adequadamente e pode sofrer forte redução de área no próximo plantio. “Foi perdida a grande chance de se fixar no mercado futuro (não no físico) preços do trigo da safra 22/23 a preços equivalentes a R$ 134,00/saca para o agricultor, nos meses de fevereiro e maio passado, que cobriria todos os custos”, comenta.

Como não foi vendido, houve o acúmulo de estoques disponíveis na época da safra (das 10,0 milhões de toneladas que serão colhidas, nem um milhão foi realmente negociada ainda, entre exportação e mercado interno), o que pode pressionar os preços fortemente para baixo. “Quando dizemos que a oportunidade foi perdida é porque, se considerarmos o ponto de vista do produtor, para um custo projetado para dezembro ao redor de R$ 113,45, o preço de venda do trigo no mercado de lotes teria que ser de aproximadamente R$ 1.967,06/tonelada – número que nem o mercado interno (que já está ao redor de R$ 1.700 para outubro, tanto no RS, quanto no PR), nem o mercado de exportação (R$ 1.660,00 para dezembro) pagam”, completa.

“Para manter o equilíbrio dos preços e do quadro de Oferta&Demanda, o estado gaúcho precisaria escoar cerca de 3,5 milhões de toneladas somente do Rio Grande do Sul, mas vendeu apenas 520 mil tons até o momento, acumulando perigosamente grande disponibilidade para os meses de colheita. Sabemos que, para os moinhos, quanto maior o preço do trigo, melhor, pois são intermediários e vivem de margens (percentuais), que são maiores em preços maiores. Então, não são os moinhos que pressionam os preços, mas o mercado consumidor final”, conclui.

Fonte: Agrolink

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