Área plantada de trigo deve recuar 9,3% em 2025/26, com destaque para o Paraná

Setor
03/06/2025

A entressafra deve manter a oferta interna restrita até o 4º trimestre 2025, mas a pressão dos preços internacionais pode continuar sobre o trigo nacional. A atenção dos produtores se volta ao plantio da safra 2025/26: a área plantada deve recuar 9,3%, totalizando 2,7 milhões de hectares, com destaque para a redução no Paraná.

A Conab projeta uma retração de 9,3% na área plantada de trigo para 2025/26, totalizando 2,7 milhões de hectares, puxada principalmente pela redução dos investimentos no Paraná, em função das frustrações recentes e da substituição pelo milho safrinha. Até 19 de maio, 49% da área foi semeada no estado, com 99% em boas condições. No Rio Grande do Sul, o plantio começa em junho e ainda há incertezas quanto ao nível de investimento, mas a tendência é de retração. A comercialização de insumos segue lenta, com indicação de uso de menor nível tecnológico.

Em relação aos custos, a relação de troca com o MAP segue desfavorável, com alta de 20% frente ao ano anterior. A relação trigo/MAP está em 2,7 tonelada de trigo por tonelada do insumo, acima da média dos últimos 5 anos (2,3). Já para o KCl e ureia, o cenário é mais favorável ao produtor, com índices abaixo da média histórica.

No mercado interno, a oferta seguirá restrita até setembro ou outubro, mas a tendência de queda nos preços internacionais pode seguir pressionando a paridade de importação. Nos Estados Unidos, a colheita se aproxima e o clima será determinante para os preços na CBOT. As chuvas aliviaram o déficit hídrico em Nebraska, que enfrentava seca severa, enquanto em Kansas, a presença do vírus mosaico afeta negativamente a produção no norte do estado. O plantio do trigo primavera no país avançou bem em relação à média e até 18 de maio atingiu 82% do total, contra 65% na média de cinco anos, ainda segundo a agência, 45% das áreas perfilharam, ante 34% na média de cinco anos. Até o fechamento deste relatório, a principal preocupação estava em relação às geadas na Rússia e Ucrânia, que podem reduzir as estimativas de produção.

Fonte: O Presente Rural

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