Veja os motivos que farão os farináceos de trigo saltarem. E sem “meia geada” no PR

Setor
24/08/2021

“Se der meia geada no Paraná, piorou”. Na brincadeira do analista e trader Marcelo De Baco, mora o perigo: os moageiros estão olhando para o trigo e fazendo conta de farinha. Vai faltar trigo e os preços em agosto ficarão mais salgados.

O apoio para isso vem dos preços internacionais.

Nesta sexta, os vencimentos futuros em Chicago sobem de 16 a 21 pontos no setembro, acima de 3,20%, em US$ 6,02/bushel.                   ,

Estão sustentados em dados menores  do USDA sobre a safra 21/22 americana, de 52 para 47,5 milhões de toneladas – embora mundialmente seja apreciado o volume de 12 milhões/t a mais sobre a temporada passada, para 792,4 milhões/t –, e vendas semanais com alta de 46%. A seca já soma 95% do trigo do país.

E ainda está havendo suporte em recompras de posições dos fundos, como adverte o diretor da De Baco Corretora de Mercadorias.

Mas há outros três motivos que ajudam no desbalanço de oferta e demanda e que farão o pão, o macarrão e outros farináceos pressionarem o bolso dos consumidores, segundo a empresa gaúcha especializada no segundo maior alimento consumido no mundo, depois dos lácteos.

Estoques

Os inventários globais finais da safra 20/21, em 290 milhões/t (291,6 milhões/t previstos para 21/22) são considerados mais contábeis que físicos.

E curtos em dias.

Mundialmente é de 87 dias. O do Egito, grande consumidor, de um dia. O brasileiro dá para 27 dias. E o chinês é de 350 dias.

Ração

Para escapar do milho e da soja o mais que podem, demandados para ração e biocombustíveis, o trigo vai sendo escoado para suplementar o mix no vácuo dos outros dois grãos.

Até no Brasil se tem notícia disso, sobretudo pela escassez maior do milho.

Dos estoques chineses de trigo, 140 milhões/t, a estimativa é que 40 milhões/t foram virar comida de animais.

Rússia e Ucrânia

Além da questão dos estoques e da oferta americana, os dois outros grandes produtores mundiais, Rússia e Ucrânia, seguem apoiando seus programas de restrições às exportações para esvaziar a inflação.

E enxugam o disponível internacionalmente.

Exemplo foi o caso recente do Egito, que abriu uma tomada de preços e os dois países da Europa Oriental não foram competitivos.

Fonte: Money Times

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