Soja cai, enquanto milho e trigo sobem em Chicago

Setor
19/12/2024

Os contratos de soja têm forte queda, de 1,38%, negociados a US$ 9,6525 por bushel na abertura da bolsa de Chicago desta quarta-feira (18/12).

O Brasil deve produzir uma safra recorde de soja, com algumas estimativas apontando para 175 milhões de toneladas, trazendo um grande volume de oferta ao mercado.

Por outro lado, o clima nas regiões central e norte do país favorece a produção, enquanto no Meio-Oeste dos EUA, o clima quente e seco prejudicou a soja, com a expectativa de grãos menores e secos.

Além disso, a queda se deve à notícia de que o presidente americano eleito, Donald Trump, pode interromper o uso de biocombustíveis como parte de suas políticas contra a economia verde, o que pode afetar negativamente as vendas de soja e seus derivados. As tarifas propostas por Trump também geram incerteza sobre as exportações de soja, afetando os preços, avalia o analista da The Price Futures Group, Jack Scoville.

Apesar da forte demanda, impulsionada pela antecipação de novos impostos ou tarifas, os estoques elevados de soja são um forte fator para a queda.

As cotações do milho para março registram leves altas, de 0,22%, a US$ 4,5100 por bushel. A demanda de exportação dos EUA, embora forte nas últimas semanas, apresentou uma queda moderada nos relatórios semanais, o que contribuiu para o movimento de estabilização nos preços.

Embora os agricultores e especuladores tenham atuado como vendedores, o mercado ainda reflete uma demanda robusta, com muitos compradores antecipando-se a possíveis mudanças políticas. A expectativa de novas tarifas impostas pelo presidente Trump, que assumirá o cargo em janeiro, tem levado alguns compradores a realizar aquisições agora, temendo aumentos nos preços devido a tarifas mais altas no futuro.

No entanto, não houve novos anúncios de vendas nos relatórios diários do USDA, o que pode indicar uma pausa nas transações de exportação. Esses fatores combinados mantêm o mercado de milho relativamente estável, com uma leve pressão de alta, avalia o analista do The Price Futures Group.

As cotações do trigo com entrega para março operam em alta de 1,31%, cotados a US$ 5,6175 por bushel. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) indicou uma demanda de exportação mais fraca nos relatórios semanais, pressionando os preços. Por outro lado, as tensões entre Ucrânia, Rússia e Estados Unidos continuam a ser um ponto de atenção, uma vez que esses conflitos podem afetar a oferta global de trigo, aponta Scoville.

Nos EUA, as condições de crescimento das lavouras são boas, com chuvas benéficas para as Grandes Planícies e o Meio-Oeste, o que tem contribuído para um cenário favorável de produção. Além disso, o plantio das culturas de inverno foi feito sob boas condições, sugerindo uma colheita promissora.

Na Rússia, os preços do trigo estão estáveis a firmes, o que, juntamente com os preços do Brasil também em patamares estáveis, ajuda a manter o mercado dos EUA relativamente equilibrado, sem grandes variações. Entretanto, na Austrália, chuvas excessivas nos últimos tempos causaram degradação na qualidade do trigo, embora o país ainda possua uma grande safra para exportação, o que pode impactar a competitividade global, conclui o analista.

Fonte: Globo Rural

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