O Brasil deve bater recorde na produção de grãos na safra 2024/25, com uma produção de 322,47 milhões de toneladas. Se confirmado, o número representará um aumento de 8,3% em relação à temporada anterior. Os dados são da primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta terça-feira, 15.
Mesmo com a seca prolongada, que atinge as principais regiões produtoras do Brasil e tem atrasado o plantio no Mato Grosso e no Paraná, as projeções do órgão brasileiro apontam para uma safra de soja, principal commodity do país, de 166,05 milhões de toneladas.
Na sexta-feira, 11, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve, pelo quinto mês consecutivo, a estimativa para o grão do Brasil em 169 milhões de toneladas.
A Conab também observa que o crescimento está ocorrendo em um ritmo mais lento do que em anos anteriores, devido à compressão das margens, mas, ainda assim, há crescimento. “No entanto, o principal foco para lidarmos com uma safra desse tamanho deve ser a recuperação das produtividades”, avalia Luiz Fernando Gutierrez, consultor e especialista no mercado de soja da Safras & Mercado.
De acordo com o analista, a projeção da Conab é ligeiramente mais conservadora do que a de algumas casas de análise, que estimam uma produção de soja entre 167 e 172 milhões de toneladas. Contudo, Gutierrez destaca que as atenções devem estar voltadas para o clima nos próximos meses.
“A menos que haja mudanças nas previsões, os mapas para novembro e dezembro indicam condições favoráveis à produção, com chuvas previstas para a maior parte do país […] O atraso no plantio não necessariamente impacta negativamente a produção; não se pode concluir que a safra será reduzida apenas por conta desse atraso”, afirma.
Milho e algodão 2024/25
Para o milho, a Conab projeta uma recuperação de 3,5% na safra, com a colheita total estimada em 119,74 milhões de toneladas, enquanto a área cultivada deve se manter em 21 milhões de hectares.
Na primeira safra do cereal, a expectativa é de redução de 1,1% na produção e 5,4% na área cultivada, resultando em 3,76 milhões de hectares semeados e uma produção estimada em 22,72 milhões de toneladas.
No caso do algodão, a primeira previsão indica um crescimento de 2,9% na área semeada, alcançando 2 milhões de hectares, com a produção de pluma projetada em 3,67 milhões de toneladas.
Fonte: Exame.
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