Importações elevadas devem segurar preço do trigo no Brasil

Setor
19/09/2024

Importações elevadas no Brasil, assim como a proximidade do período da colheita, podem pressionar o preço do trigo no mercado interno. No Brasil, segundo o último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mais da metade do trigo está no estágio de floração e enchimento de grãos, com perspectivas construtivas para a produtividade.

Além disso, em setembro já começa a colheita nos estados do Sudeste, Centro-Oeste e algumas partes do Norte do Paraná. A produção nacional na safra 2024 deverá ficar próxima dos 8,8 milhões de toneladas, ou seja, 9% acima da safra anterior.

Chama atenção a forte importação de maio, junho e julho, as quais foram recordes para os respectivos meses. Sendo que agosto reduziu a intensidade, mas ainda foi acima da média para o mês. A sazonalidade típica do período é de queda nas importações brasileiras, contudo os elevados descontos do trigo de origem russa incentivaram as compras dos moinhos brasileiros.

Os descontos nos portos da Rússia alteraram a origem das importações brasileiras de fora do Mercosul, as quais pagam impostos de importação (tarifa externa comum). Normalmente, as origens dessas importações eram os EUA e o Canadá, pois são os exportadores mais próximos. Porém, após o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o primeiro passou a ter uma estratégia agressiva de descontos e aumentou a sua participação no mercado brasileiro.

No entanto, nem a maior importação, quanto a perspectiva de produção maior no Brasil, tiveram grande impacto nos preços domésticos do trigo. Segundo o Indicador Cepea no Paraná, a saca do cereal terminou agosto praticamente estável, a R$ 76/sc, porém nos primeiros dez dias de setembro subiu quase 4%, chegando a R$ 79 /sc. No entanto, o maior volume da colheita no final de setembro e em outubro deve pressionar as cotações internas, especialmente se as importações não reduzirem de maneira significativa.

Fonte: O Presente Rural

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