Henrique Meirelles traça cenário econômico pós-pandemia durante videoconferência promovida pela Abitrigo

Abitrigo
20/05/2020

A expectativa de crescimento da economia frente à pandemia de COVID-19 foi o tema abordado durante videoconferência promovida pela Abitrigo, na tarde de 19 de maio. Para participar do debate, a associação convidou o Secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, que deu a sua visão sobre o atual cenário político e econômico na pandemia e perspectivas futuras.

Com a moderação do presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa, Meirelles iniciou a sua apresentação comentando sobre o atual cenário econômico do Brasil. “A situação é séria e grave. A duração da crise econômica vai depender do quanto vai durar a crise sanitária. Porém, tomando as medidas necessárias, podemos esperar uma retomada mais rápida. O Governo Federal e as empresas precisam fazer um bom trabalho para garantir um crescimento gradual em 2021”, avaliou.

Outro ponto ressaltado pelo Secretário foi a dívida pública. “Compete ao governo exercer o papel de proteção da economia e – antes disso – a proteção da vida e saúde das pessoas. Por isso, não tem outra solução senão aumentar a dívida pública neste momento. Posteriormente se faz a aplicação rígida de teto de gastos. Para isso serão necessárias reformas administrativa e tributária logo após a crise”, disse.

Reforma da produtividade e política social

Meirelles destacou que as reformas devem ser priorizadas após a pandemia, especialmente o que ele chama de “reforma da produtividade”. “É preciso retomar todas as medidas visando aumentar a produtividade do país. Algumas delas já foram aprovadas pelo Congresso, como, por exemplo, o Cadastro Positivo”, salientou Meirelles.

Ele defendeu ainda a importância de se manter uma boa relação entre o Executivo e o Congresso Nacional para garantir um maior crescimento do país, com mais empregos e maior arrecadação.

Em relação ao auxílio emergencial, o secretário da Fazenda disse que considera importante neste momento, mas ressaltou que é necessária ter uma atividade econômica crescente e a geração de empregos. “A melhor política social que existe é a geração de empregos e o Brasil tem condições para isto”, afirmou.

 Trigo

Tanto a indústria quanto o comércio exterior estão sendo afetados pela desvalorização do real frente ao dólar. “O setor triticultor está sofrendo muito com a desvalorização pelo aumento do custo do grão. O trigo é o único produto agrícola que o Brasil importa e a indústria está encontrando dificuldade para lidar com a situação”, evidenciou Rubens Barbosa no debate.

Para Meirelles, a queda da taxa de juros, fatores estruturais e as incertezas políticas são alguns dos fatores que corroboram para a crescente valorização do dólar. “Temos que trabalhar para que as perspectivas melhorem e para que a economia voltar a crescer”, concluiu o Secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo.

Assista o webinar na íntegra aqui.

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