Em maio, frete do agronegócio subiu 1,2%, mas custo dos caminhoneiros não foi coberto

Setor
01/07/2021

O preço médio dos fretes para transporte de produtos do agronegócio subiram 1,2% em maio na comparação com abril, segundo o Índice FreteBras do Preço do Frete (IFPF), criado pela plataforma de transporte de cargas Fretebras. A elevação foi menor apenas que a registrada no setor de construção, que chegou a 2,1%.

“O Brasil é extremamente dependente do agronegócio, porém vemos que o preço do frete na indústria não acompanha a escalada dos custos. Apesar de contar muito com os caminhoneiros, vemos que ainda existe espaço para melhorar as negociações entre transportadores e motoristas”, afirma, em nota, Bruno Hacad, diretor de operações da FreteBras.

No período, os sucessivos aumentos no preço do óleo diesel S500 não foram repassados para os caminhoneiros no custo do frete. Segundo o IFPF, de maio de 2020 a maio de 2021 o valor do frete por quilômetro rodado por eixo permaneceu praticamente estável, com leve aumento de 0,24%. Entretanto, no mesmo período o diesel S500 subiu 47,18% na bomba.

De acordo com o estudo, o preço médio do frete por quilômetro por eixo no Brasil alcançou R$ 1,01. Na comparação entre abril e maio de 2021, o preço do diesel comum na bomba aumentou 6,38%, segundo o relatório da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Apesar disso, no mesmo período o preço do frete caiu 0,14%.

Custos em alta

“Nós vemos que a situação do preço do frete tem sido uma das maiores preocupações e queixas do mercado. A inflação acima de 8% nos últimos 12 meses e o preço do diesel dando um salto fazem com que o custo do transportador aumente exponencialmente. Desde que começamos a publicar o índice, em fevereiro deste ano, maio foi o mês mais crítico neste quesito”, diz Hacad.

Ao analisar somente o mês de maio, a região Norte é a que apresentou o quilômetro por eixo mais caro do país – R$ 1,09, em média. Na sequência estão Nordeste (R$ 1,02) e Centro-Oeste e Sul, ambos com R$ 0,99, e Sudeste (R$ 0,98).

Na comparação entre maio de 2020 e maio de 2021, a região Sudeste apresentou a maior alta no preço do frete. O avanço foi de 2,33%, enquanto o diesel S500 na bomba subiu 47,35% na região. Os fretes do Centro-Oeste registraram o pior resultado no mesmo período, com queda de 1,23% no preço por quilômetro rodado por eixo. No mesmo período, a região registrou a segunda maior alta do país no diesel comum na bomba, 47,79%, na comparação anual.

Por Estado, o Amazonas foi o que apresentou o frete mais caro em maio, com R$ 1,21 por quilômetro rodado por eixo, seguido por Rio Grande do Norte (R$ 1,12) e Alagoas (R$ 1,09). Na outra ponta da tabela, os fretes mais baixos foram registrados no Acre (R$ 0,91), Mato Grosso (R$ 0,94) e no Piauí e Ceará, ambos com R$ 0,96 por quilômetro rodado por eixo.

Fonte: Suinocultura Industrial

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