A reunião foi conduzida pelo presidente da CT, José Antonio Borghi, e pela assessora técnica do Sistema FAEP, Ana Paula Kowalski. As atividades começaram com uma rodada conjuntural, em que os participantes compartilharam um panorama sobre a conclusão da safra 2023/24 e condições iniciais da safra de verão 2024/25 em suas respectivas regiões.
“A Comissão Técnica tem um papel essencial na construção de soluções estratégicas para a nossa cadeia produtiva. O diálogo entre lideranças rurais fortalece a representatividade do setor e nos ajuda a planejar o futuro com mais eficiência, especialmente diante de desafios como a preservação dos recursos naturais e a sucessão familiar,” afirmou Borghi.
Na sequência, o pesquisador da Embrapa Florestas, Gustavo Curcio, apresentou os principais resultados dos levantamentos realizados à campo pela equipe do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos) no Paraná, na região da Bacia Hidrográfica Paraná III, no Oeste do Estado. A BHP III é uma das bacias que ladeia o reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu e está situada em uma região de grande produtividade agrícola e pecuária.
No campo, por exemplo, os dados coletados possibilitarão o planejamento do uso da terra, destacando áreas com maior potencial para produção ou expansão agrosilvopastoril, identificando limitações do solo, projetando produtividades para diversas culturas e recomendando práticas de manejo mais adequadas. “O objetivo é correlacionar os diagnósticos obtidos com o uso e manejo do solo em sistemas de produção, avaliando como essas práticas impactam a segurança hídrica e o potencial produtivo das atividades agropecuárias”, resumiu Curcio.
Sucessão familiar
O assessor jurídico do Sistema FAEP, Ruan Schwertner, abordou os principais aspectos do planejamento sucessório e do direito hereditário, com foco na propriedade rural, na família e na gestão empresarial, enfatizando sua importância para a sustentabilidade econômica e a longevidade dos negócios rurais. Ele destacou a relevância das empresas familiares na economia global e nacional, apontando que, das 23 milhões de empresas ativas no Brasil, 90% são familiares. No agronegócio, esse índice também é de 90%, mas apenas 20% possuem um plano de sucessão estruturado.
Segundo Schwertner, o primeiro passo do planejamento sucessório é identificar o perfil da empresa familiar. No agronegócio, é fundamental compreender como funcionam todos os elos da cadeia produtiva em que a empresa está inserida, considerando a alta competitividade do setor. Ele apontou que, nos últimos anos, a tecnologia tem sido um dos principais fatores a atrair os jovens para o debate sobre sucessão familiar.
“Os filhos de produtores estão percebendo que não é necessário ir para cidade para ter viabilidade financeira. Por meio da tecnologia e de um empreendedorismo inovador, é possível gerar lucro e adquirir patrimônio. Isso tem aproximado gerações, mas o tema ainda precisa ser discutido dentro de casa”, disse.
Além disso, o assessor jurídico do Sistema FAEP também esclareceu dúvidas sobre aspectos legais e ferramentas essenciais do planejamento sucessório, como herança, regime de bens, testamento, protocolo familiar, holding familiar, entre outros.
Fonte: FAEP
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