Commodities: Recuo das exportações dos EUA motiva queda de soja e trigo em Chicago

Setor
09/06/2020

A queda dos embarques semanais americanos e as incertezas geradas pela tensão entre China e Estados Unidos pesaram sobre as cotações da soja e do trigo nesta segunda-feira na bolsa de Chicago. A exceção foi o milho, que se beneficiou de um aumento dos embarques dos EUA na comparação anual.

No mercado de soja, os contratos futuros de segunda posição de entrega, com vencimento em agosto, fecharam o pregão a US$ 8,6750 o bushel, queda de 2,50 centavos.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportou, com base em inspeções feitas nos portos do país, que os embarques do país somaram 213 mil toneladas de soja na semana encerrada em 4 de junho, 46,4% menos que na semana anterior. Em relação a igual período do ano passado, a retração chegou a 70,9%.

No ano-safra em curso, que começou em 1º de setembro, os embarques chegaram a 35,6 milhões de toneladas, ante 35 milhões no mesmo período do ciclo 2018/19.

Segundo a consultoria AgResource, os traders continuam inquietos sobre a demanda futura, à medida que economias reabrem a covid-19 se espalha em mercados emergentes.

A consultoria também ressalta que os fundos se envolveram em coberturas de posições vendidas nos últimos dias em meio à incertezas climáticas nos EUA. Mas a AgResource diz que o potencial de produção de milho e soja nos EUA permanece intacto, com os traders de olho nas previsões de longo prazo.

Assim como aconteceu com a soja, as exportações americanas semanais de trigo vieram menores do que as da semana anterior no relatório do USDA. Os embarques do cereal — cujo ano-safra é diferente e começou em 1º de junho último — somaram 433 mil toneladas na semana, com quedas de 22% ante as 555,5 mil toneladas embarcadas nos sete dias anteriores e de 9,7% em relação a igual período do ano passado.

No mesmo período do ano-safra anterior (2019/20), o embarque somou 470,8 mil toneladas.

Desta forma, os contratos de segunda posição do trigo, com vencimento em setembro, encerraram a sessão a US$ 5,1725, recuo de 3 centavos.

Os contratos do milho, por sua vez, subiram com o aumento da demanda pelo cereal dos EUA. Os contratos de segunda posição, para setembro, fecharam hoje a US$ 3,3825 o bushel em Chicago, alta 2,75 centavos.

Na comparação semanal os embarques americanos de milho recuaram 4% ante o período imediatamente anterior, para 1,1 milhão de toneladas, de acordo com o USDA. No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado houve incremento de 249 mil toneladas, ou 29%.

“O resultado veio um pouco acima do esperado pelo mercado, o que é um indicativo positivo de demanda”, afirmou Luiz Fernando Roque, analista da consultoria Safras & Mercado, ao Valor.

No ano-safra, os americanos embarcaram 29,6 milhões de toneladas de milho, ante a 40,2 milhões um ano antes.

Os trabalhos avançados de plantio nos EUA nesta temporada 2020/21 também atraem a atenção do mercado. Em relatório, o USDA indicou que 97% da área foi semeada até o dia 7 deste mês, avanço semanal de quatro pontos percentuais. Em igual período do ano passado, 78% da área havia sido cultivada.

Fonte: Valor Econômico

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