Commodities: Demanda aquecida dá impulso ao trigo em Chicago

Setor
07/04/2020

A demanda aquecida por produtos derivados de trigo no mundo, em meio ao avanço do coronavírus, voltou a dar suporte aos preços do cereal nesta segundafeira bolsa de Chicago. Os contratos futuros com vencimento em julho fecharam a US$ 5,51 o bushel, alta de 1,1% (6 centavos de dólar).

Segundo analista Roberto Sandoli, da consultoria INTL FCStone, além da demanda aquecida pelo cereal há uma preocupação com o clima nos países do Mar Negro, uma das principais regiões produtoras do mundo, o que também contribuiu para o cenário altista.

“Ucrânia e sul da Rússia estão com falta de chuva. E, no momento, o trigo na região está saindo do período de dormência, o que aumenta a necessidade de água”, disse o analista.

Também negociada na bolsa de Chicago, a soja fechou em leve alta, diante a falta de compras chinesas do grão americano mesmo após a assinatura da primeira fase do acordo comercial entre Washington e Pequim. Os papéis para julho subiram 0,20% (1,75 centavo de dólar) e fecharam a US$ 8,6125 o bushel.

Divulgado nesta segunda-feira, relatório de embarques americanos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) indicou que o volume de soja ficou bem abaixo do esperado pelos analistas.

Na semana encerrada em 4 de abril, 298,1 mil toneladas da oleaginosa foram enviadas pelos EUA ao exterior, queda de 28% em relação à semana anterior. As apostas dos analistas eram que o volume ficaria entre 300 mil e 650 mil toneladas. Nenhum embarque foi destinado à China.

Em março, o Brasil, maior produtor do mundo da oleaginosa, exportou um volume recorde para a China. E a perspectiva ainda é que esse cenário continue, independentemente das especulações de que Pequim poderá privilegiar o produto americano em detrimento do brasileiro por causa de divergências políticas entre Brasil e China.

Ainda em Chicago, o milho fugiu à regra e os contratos para julho recuaram 0,97% (3,25 centavos de dólar), a US$ 3,335 o bushel. A queda se deu com o mercado do cereal de olho em um aumento nos estoques mundiais na safra 2019/20, segundo analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.

A expectativa é que o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que será divulgado nesta semana, indique um aumento de quase 2,5 milhões de toneladas nesses estoques, para 500 milhões de toneladas.

Em relatório, a consultoria ARC Mercosul, realçou que, além da retração do consumo de etanol nos EUA (feito à base de milho), as margens no processamento de milho para ração animal também estão menores.

Fonte: Valor Econômico

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