Embora a estimativa de produção de trigo da União Europeia, Rússia e Ucrânia tenha sido reduzida para a safra 2024/25, a expectativa é de que a oferta global de trigo não seja prejudicada, graças ao aumento na produção de outros países, como Estados Unidos, Argentina e Austrália, avalia a consultoria Hedgepoint Global Markets.
A produção mundial de trigo para a safra 2024/25 está projetada para superar a produção da safra anterior, com estimativas apontando para um total de 793,8 milhões de toneladas, frente às 791,2 milhões de toneladas registradas na temporada 2023/24.
A estimativa de produção na União Europeia, por exemplo, caiu de 135,1 milhões de toneladas na safra 2023/24 para 121,3 milhões na safra 2024/25. No caso da Rússia, a redução é de 10 milhões de toneladas, causada, principalmente, por fatores climáticos que afetaram a produtividade das lavouras.
Por outro lado, as perspectivas são mais otimistas em relação a países como Argentina, Estados Unidos e Austrália. A produção argentina foi ajustada para cima, passando de 15,9 milhões de toneladas para 17,7 milhões. Nos Estados Unidos, a expectativa da produção também aumentou, subindo de 49,1 milhões para 53,7 milhões de toneladas. A Austrália, por sua vez, deve colher 32 milhões de toneladas, um aumento em relação aos 26 milhões de toneladas da safra anterior.
Com essas mudanças na oferta, o analista Ignacio Espinola espera que o preço do trigo caia em Chicago. Contudo, ainda é necessário observar fatores altistas como o clima e tensões geopolíticas, como a Administração Donald Trump nos EUA e os conflitos no Mar Negro, que afetam diretamente a produção de trigo em países da região.
A produção ucraniana segue dentro da média de volumes operados desde o início do conflito com a Rússia. Apesar da possibilidade de um fim das hostilidades, é improvável que a Ucrânia consiga retomar sua capacidade plena de produção a médio prazo, avalia Espinola.
Isso se deve, em grande parte, à necessidade de um processo de “desminagem”, que pode levar de 5 a 10 anos, segundo traders da região consultados pelo analista. Além disso, a perda de mão de obra, causada por mortes e emigração, também é um fator que limita a retomada da produção no país.
Outro desafio enfrentado pela Ucrânia é em relação à logística, com a perda do porto de Nikolayev, responsável por metade da sua capacidade de exportação. Atualmente, o país tem utilizado portos menores e parte de sua produção é escoada por trem através da Romênia.
Fonte: Globo Rural
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