Ritmo de negócios com trigo deve crescer gradualmente no Brasil em 2020

Setor
07/01/2020

O mercado brasileiro de trigo começa 2020 ainda com lenta comercialização. O ritmo de negócios deve acelerar gradualmente ao longo do primeiro bimestre. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, boa parte da indústria nacional está bem abastecida para o período, o que reduz a necessidade de novas aquisições por enquanto.

O mercado interno avalia a menor disponibilidade de trigo de melhor qualidade. “Há necessidade de importações para o trigo de qualidade superior e uma oferta mais elevada do produto de qualidade inferior, que poderá, ou ser escoada para o mercado internacional, ou utilizada na mescla da farinha, minimizando a necessidade de importações”, observou.

Neste cenário, os preços ganham espaço para recuperações, devido à menor disponibilidade de oferta. Além disso, as importações apresentam, pelas paridades de importação, um custo relativamente elevado, frente ao produto nacional, potencializando o viés de alta no âmbito doméstico. “Apesar disso, o câmbio vem recuando, e se for sustentando próximo dos patamares atuais, por volta de R$ 4,00, há uma redução da competitividade do trigo brasileiro frente ao importado, e assim, reduzindo estes espaços para recuperações”, explicou o analista.

Ao longo dos meses, o mercado deverá avaliar além do câmbio o ingresso de safra nos demais países, com destaque para a Argentina, seu principal fornecedor. No caso do país vizinho, as alterações políticas, que preveem um aumento da taxação das exportações, desestimulando os produtores argentinos, e assim, indicam possibilidade de redução de área, e consequentemente também a produção. No Brasil, para a próxima safra, a partir do segundo semestre, esta alteração na Argentina poderá estimular os produtores brasileiros a investirem nesta cultura, entretanto, as diversas perdas ocorridas ao longo das últimas temporadas vêm gradualmente desestimulando os produtores nacionais.

Fonte: Safras e Mercado

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