Preço do trigo pode sofrer nova pressão de alta

Setor
17/03/2020

No mercado do trigo brasileiro o momento é de poucos negócios e preocupação. “A situação torna-se mais crítica porque estamos há seis meses do início da próxima safra”, adverte João Garcia, corretor de mercadorias pela Correpar, corretora do Paraná associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias.

Para piorar a situação, no início do mês, a Argentina, principal fornecedor da commodity para o nosso país, suspendeu as vendas do produto, o que deve se refletir em um acréscimo de 20% no preço do pão em algumas regiões do Brasil, de acordo com sindicatos do setor. O motivo, é que o país argentino, elevou as vendas para outros mercados e acabou ficando sem estoque interno.

“A indústria moageira não tem como suportar o aumento do produto mais o diferencial da taxa de câmbio sem fazer repasses significativos nos preços das farinhas, o que, obviamente, será repassado aos subprodutos do trigo”, detalha Garcia. Segundo o corretor, há uma grande quantidade de produtos derivados de farinha de em relação a outros grãos e influenciam fortemente na composição da cesta básica e, consequentemente, nos índices de inflação.

O mercado de trigo, que já iniciou o ano em alta, também vem sofrendo pressão do atual momento econômico mundial, que sugere uma recessão global, agravado por diminuição de safra em países exportadores.

De acordo com a Correpar, na última semana, foram realizados negócios no Rio Grande do Sul, a R$ 900,00 a tonelada (FOB) com pedidas de até R$ 950,00. O estado gaúcho registra ata mensal entre 2,47% e 7,41% a depender da região. Já no Paraná, maior produtor nacional do cereal, os negócios regionalizados rondaram R$ 1.050,00 (FOB), porém, pedidas até R$ 1.150,00 a tonelada e, em São Paulo, a média é de R$ 1.200,00.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

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