Confiança do comércio tem leve melhora, mas cautela persiste

Coronavírus
28/07/2020

Impulsionado por sinais de reabertura gradual da economia em algumas capitais, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 1,7 ponto entre junho e julho, para 86,1 pontos, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Mas incertezas em relação ao futuro, como possibilidade de nova onda de covid-19, e dúvidas em relação à longevidade de auxílio emergencial do governo, têm derrubado expectativas do setor, alertou o economista da FGV Rodolpho Tobler.

Segundo ele, o índice não deve se aproximar dos 100 pontos (limite favorável do indicador) até a descoberta de vacina.

Ao comentar a evolução da confiança do varejo entre junho e julho, o economista observou ser visível influência de melhora de avaliação em situação atual, para saldo positivo do Icom. Nos dois sub-indicadores do indicador, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 6,4 pontos no período, para 88,4 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 3 pontos, para 84,5 pontos.

Tobler comentou que sinais de reabertura em comércio e em serviços em todo o país ajudaram a elevar o ISA no período. A influência dos chamados bens essenciais, como alimentos, bebidas, remédios e produtos de limpeza – cuja venda continua em alta durante pandemia -, também ajudou a impulsionar o indicador de momento presente.

“Não podemos nos esquecer que esses resultados, de momento presente, estão sendo comparados a meses como abril, maio, junho, em que a atividade estava muito baixa.” Ele lembrou o consenso entre economistas de que abril foi “fundo do poço” para atividade.

Entretanto, o especialista reconheceu que ainda há muitas incertezas em relação aos próximos meses, que afetam diretamente a atividade do comércio. Os varejistas têm notado consumo de baixa renda sustentado por auxílio emergencial – cujo período de vigência ainda é alvo de debates entre integrantes do governo, pontuou. Outro aspecto que deixa o varejo cauteloso é a probabilidade de nova onda de contaminação por covid-19.

Fonte: Valor Econômico

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