Commodities: Preço do trigo atinge menor valor desde outubro em Chicago

Setor
19/05/2020

Com as exportações de trigo da Rússia e da Ucrânia ainda em ritmo acelerado, o que reduz o potencial das vendas americanas, os preços do cereal recuaram nesta segunda-feira na bolsa de Chicago para o menor patamar desde outubro de 2019. Os contratos com entrega em julho caíram 0,65%, ou 3,25 centavos de dólar, e fecharam a US$ 4,97 o bushel.

“Os preços do trigo nos EUA mantêm uma tendência de baixa, já que as perspectivas para as exportações do país ainda são sombrias”, avaliou a AgriTel. Segundo a consultoria, a Ucrânia poderá optar por continuar exportando trigo depois que alcançar a cota que anunciou, de 20,2 milhões de toneladas — 19,8 milhões de toneladas já foram embarcadas.

Por outro lado, o relatório de embarques do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mostrou que até 16 de maio 440,8 mil toneladas do cereal americano foram enviadas na semana, ante 343,2 mil nos sete dias anteriores.

No mercado de soja, a expectativa de que a China precisará elevar o volume de compras dos EUA, em função da baixa disponibilidade do grão do Brasil, deu suporte aos preços. Os lotes com entrega para julho subiram 0,78%, ou 6,5 centavos de dólar, a US$ 8,45 o bushel.

“A China está muito aquém do seu compromisso [de importar produtos agrícolas dos EUA]. Assim, suas compras de soja deverão crescer, mas o volume ainda será pequeno”, afirmaram especialistas da Agrinvest Commodities à Dow Jones Newswires.

A baixa demanda chinesa pelo produto dos EUA até o momento, porém, acabou refletida no relatório de embarques publicado nesta segunda-feira pelo USDA. Na semana encerrada em 14 de maio, os americanos embarcaram 352,2 mil toneladas de soja ao exterior, 34,1% menos que nos sete dias anteriores.

Ainda na bolsa de Chicago, os contratos de milho para julho avançaram 0,47% (1,5 centavo de dólar) e terminaram o dia a US$ 3,2075 o bushel.

A alta nos preços do cereal acompanhou a valorização do petróleo, que encontrou sustentação em sinais de que a economia em diversos países está sendo retomada gradualmente — o que sugere que mais carros poderão começar a rodar nos EUA também com etanol de milho.

“As margens de produção de etanol se tornaram positivas em algumas áreas nos EUA e, com a demanda por gasolina melhorando e os estoques de etanol diminuindo, há sinais de vida no setor”, disse Tomm Pftizenmaier, da Summit Commodity Brokerage à Dow Jones Newswires.

Após o fechamento em Chicago, a consultoria ARC Mercosul informou, em relatório, que um baixo volume de chuvas é esperado nos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Minas Gerais, onde a safrinha de milho está em desenvolvimento, nos próximos dias. “Isso mantém o risco climático nas áreas plantadas mais tardiamente nessas regiões. De forma geral, novos cortes na produtividade da safrinha brasileira são esperados”.

Fonte: Valor Econômico

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