Pressionadas por uma nova elevação da estimativa da agência russa Ikar para a produção do cereal naquele país, as cotações do cereal recuaram na bolsa de Chicago nesta segunda-feira.
Os contratos futuros para entrega em dezembro recuaram 0,74%, ou 3,75 centavos de dólar, e fecharam a US$ 4,9975 o bushel.
Segundo a Ikar, a colheita na Rússia alcançará 129 milhões de toneladas, 1,5 milhão mais que o projetado anteriormente.
“O mercado de trigo está começando sua próxima etapa com base nas boas perspectivas para a produção da Rússia”, disse Doug Bergman, da RCM Alternatives, à Dow Jones Newswires.
Além disso, os dados do relatório de embarques americanos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) também pesou sobre os preços. Na semana encerrada em 6 de agosto, as exportações do país somaram 379,9 mil toneladas, ante 556,1 mil nos sete dias anteriores — uma retração de 31,7%.
No mercado de soja, os preços subiram impulsionados pelo mesmo relatório do USDA. Os contratos da oleaginosa para setembro avançaram 0,49%, ou 4,25 centavos de dólar, e fecharam a US$ 8,70 o bushel.
Na semana até 6 de agosto, os EUA embarcaram 635,6 mil toneladas do grão ao exterior, 14% mais que na semana anterior, segundo o USDA.
Sinais de compras chinesas de soja dos EUA também deram impulso aos preços. O USDA informou a venda de 588 mil toneladas para a China. A entrega está programada para a safra 2020/21, que começará oficialmente em 1º de setembro.
Em outra ponta, o clima favorável em regiões produtoras americanas segue como um fator de pressão sobre as cotações. De acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia, o Estado de Iowa, que vem sofrendo com uma seca moderada, teve tempestades no fim de semana, revertendo as condições ruins das lavouras.
Ainda na bolsa de Chicago, os preços do milho também subiram. Os contratos futuros para dezembro avançaram 0,7%, ou 2,25 centavos de dólar, a US$ 3,23 o bushel.
Assim como ocorreu com trigo e soja, os dados do relatório de embarques do USDA deram o tom para as cotações.
Na semana encerrada em 6 de agosto, 1,1 milhão de toneladas de milho foram enviadas ao exterior, aumento de 58,2% em comparação com a semana anterior. O resultado ficou acima das expectativas dos traders, que esperavam embarques entre 700 mil e 900 mil toneladas.
Mesmo com o bom resultado, os traders acreditam que a China não cumprirá as metas de compras agrícolas acordadas com os EUA.
“A China provavelmente não atingirá a meta de US$ 36,5 bilhões de importação de produtos agrícolas americanos neste ano”, disse Arlan Suderman, da StoneX à Dow Jones Newswires.
Fonte: Valor Econômico
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